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O poder do pequeno negócio no Brasil

07/11/2023 16:15
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No acumulado do ano, país já contabiliza aproximadamente 1,4 milhão de novos empregos gerados por MPEs. Elas contribuíram com saldo de 988 mil postos de trabalho, o que representa 71,2% do total contabilizado em 2023

As micro e pequenas empresas (MPEs) registraram, no último mês de agosto, o maior volume de empregos gerados em todo o ano de 2023. De acordo com pesquisa do Sebrae feita a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), as MPEs foram responsáveis por 73% do total de vagas de trabalho criadas nesse período. Ao todo, o Brasil registrou 220,8 mil novas contratações, a segunda melhor do ano, sendo 161 mil somente nas micro e pequenas empresas. No acumulado do ano, o país já contabiliza aproximadamente 1,4 milhão de novos empregos. Desse universo, as MPEs contribuíram com o saldo de 988 mil postos de trabalho, o que representa 71,2% do total. Enquanto isso, as médias e grandes empresas (MGEs) geraram 247,5 mil empregos, correspondendo a 17,8% do total de vagas criadas. O presidente do Sebrae, Décio Lima, comemorou o resultado. “Esse está sendo um ano fenomenal para as micro e pequenas empresas. Mantivemos um patamar positivo de empregos gerados ao longo do ano e a tendência para os últimos meses é de um crescimento ainda maior com as vagas de trabalho temporário”, disse. O Sebrae avalia que a confirmação de crescimento do PIB, o comportamento da inflação e a retomada do poder de compra das famílias, graças ao Desenrola Brasil, são sinônimos de que haverá o melhor Natal dos últimos anos, com uma economia aquecida. O cenário é de otimismo e as pequenas empresas têm uma responsabilidade significativa nesse resultado.

Setor de Serviços continua em alta

Os setores que mais contribuíram para a geração de empregos em agosto de 2023, considerando as MPEs, foram Serviços (78.904), Comércio (38.544) e Construção (25.296). Entre as médias e grandes empresas, os setores de Serviços (29.951), Indústria da Transformação (12.714) e Agropecuária (7.415) se destacaram. Em agosto, nenhum desses setores apresentou saldo negativo de empregos. No acumulado de 2023, os destaques entre as micro e pequenas empresas continuam sendo os setores de Serviços (521.750), Construção (198.825), Comércio (124.967) e Indústria da Transformação (100.166). Já entre as MGEs, os setores que mais se empregaram foram Serviços (152.601), Indústria da Transformação (65.716), Construção (24.983) e Agropecuária (16.537). As principais atividades econômicas, de acordo com a Classificação Nacional por Atividades Econômicas (CNAE), que contribuíram para a geração de empregos em agosto, foram: “Fabricação de açúcar em bruto” (10.258 empregos gerados); “Locação de mão-de-obra temporária” (10.192 empregos); “Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas” (8.503 empregos gerados); “Transporte rodoviário de carga” (7.418 empregos gerados) e “Serviços combinados de escritório e apoio administrativo” (5.746 empregos gerados).

Especificamente entre os pequenos negócios, as atividades que mais contribuíram, para o total destacado de novos empregos foram: “Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas” (8.814 empregos gerados); “Construção de edifícios” (6.467 empregos gerados); “Transporte rodoviário de carga” (5.690 empregos gerados) e “Serviços combinados de escritório e apoio administrativo” (5.029 empregos gerados). Entre as médias e grandes empresas, as atividades que se destacaram: “Fabricação de açúcar em bruto” (10.192 empregos gerados); “Locação de mão-de-obra temporária” (9.102 empregos gerados); “Atividades de vigilância e segurança privada” (3.966 empregos gerados); “Ensino fundamental” (2.302 empregos gerados) e “Transporte rodoviário de carga” (1.797 empregos gerados).

Governo vai investir R$ 1,5 bi em projeto de fomento

Na abertura do 15º Congresso da Micro, Pequena e Média Indústria, no dia 03 de outubro, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), anunciou a expansão do programa Brasil Governo vai investir R$ 1,5 bi em projeto de fomento Mais Produtivo, coordenado pelo MDIC. O programa tem apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e é executado por Sebrae e Senai. “O programa ‘Brasil Mais Produtivo’ será impulsionado com a expertise do Sebrae e do Senai, com recursos do BNDES e da Finep (agência pública de fomento à inovação). Com R$ 1,5 bilhão, o novo Brasil Mais Produtivo vai triplicar o atendimento a pequenas e médias indústrias e essas empresas vão poder crescer ainda mais”, disse Alckmin. A previsão é chegar a 90 mil micro, pequenas e médias empresas. O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, disse que “estamos vivendo uma neoindustrialização, onde o setor da MPE voltou a ter política de Estado. Saímos do andar de baixo e subimos um degrau para que esse setor possa ter um olhar diferenciado e protetivo da economia brasileira, promovendo a inclusão, a inovação e a sustentabilidade”. Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) revelam que as micro e pequenas empresas têm apenas 27% da produtividade em relação a um grande negócio industrial. O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, ressaltou a importância de facilitar o acesso a crédito para quem quer empreender. “As pessoas têm dificuldades para compreender os programas de financiamento dos bancos públicos”, avaliou. Na ocasião, foi assinado acordo de cooperação entre Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a promoção de acesso das pequenas e médias empresas às linhas de financiamento da Finep. “Estamos juntos com o Sebrae, desde o lançamento da jornada de transformação digital das micro, pequenas e médias empresas. As MPEs são essenciais para o tecido industrial brasileiro”, afirmou Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp. Um fundo garantidor de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em conjunto com o Sebrae, foi anunciado pelo diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES. “Ação e foco nas pequenas e médias empresas é estratégico para o banco”, afirmou José Luís Gordon. Promoção conjunta da Fiesp e do Ciesp, o 15º Congresso da Micro, Pequena e Média Indústria (MPI) visa apresentar e debater as oportunidades futuras para a construção de uma nova estratégia empresarial. Na edição de 2023, os temas em destaque são macrotendências mundiais, eficiência energética, transformação digital, inteligência artificial e empreendedorismo.

Décio Lima, presidente do Sebrae
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