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In the world

A volta de Trump à Casa Branca e o futuro da política internacional

13/12/2024 17:57 | Atualizado há 2 dias
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Especialistas explicam os impactos do resultado da eleição nas relações e no mercado global

O mundo todo acompanhou os resultados das eleições americanas, uma vez que o lugar que os EUA ocupam no cenário internacional fazem com que as decisões políticas no país tenham impactos e desdobramentos em diferentes partes do globo. Após uma corrida eleitoral acirrada, a volta de Donald Trump à Casa Branca foi confirmada. Trump classificou sua vitória como o “maior movimento político de todos os tempos”. Ele afirmou que não descansará até devolver aos americanos uma “América segura e próspera”. O republicano também fez acenos à união nacional, pedindo que todos os americanos se juntem a ele no governo. O republicano prometeu que fará com que os Estados Unidos deem a “volta por cima”, com melhorias nos indicadores econômicos. O cenário econômico, político e social dos Estados Unidos gerou um ambiente desfavorável para a candidatura da democrata Kamala Harris. Já Trump, com sua mensagem de “Make America Great Again”, encheu os olhos dos americanos esperançosos por dias melhores e conseguiu atrair até mesmo eleitores indecisos (incluindo um apoio expressivo entre afro-americanos, mulheres, jovens, latinos e imigrantes). Trump também contará com um expressivo apoio conservador tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados. Com um cenário – tanto no governo quanto no Congresso – republicano, o cenário dará legitimidade às políticas e ações que Trump implementará nos próximos quatro anos. 

Roberto Uebel, professor do curso de Relações Internacionais da ESPM

As relações internacionais

A política de Trump fará barulho e deve resultar em um sistema internacional fortemente influenciado pelas diretrizes deste governo, fortalecendo o discurso ultraconservador em várias partes do mundo. “No Brasil, por exemplo, mesmo com Bolsonaro inelegível para 2026, essa atmosfera pode favorecer campanhas de viés conservador, impulsionadas pelo impacto das ações de Trump”, afirma Roberto Uebel, professor do curso de Relações Internacionais da ESPM. O professor alerta para os desafios que a Agenda 2030 poderá enfrentar e para uma possível intensificação da securitização no sistema internacional. Espera-se um desdobramento da guerra na Ucrânia com possíveis perdas significativas para o país, além de um aumento nas tensões no Oriente Médio envolvendo Israel. “Além disso, temos a questão de Taiwan, que será um tema a ser acompanhado de perto durante o governo, pois envolve não apenas questões geopolíticas, mas também comerciais. A situação na Venezuela, que é uma preocupação para nós, também deve ganhar destaque. Em suma, vislumbra-se um cenário mais tenso sob o governo Trump”. A agenda para o desenvolvimento sustentável parece estar em risco de ser abandonada sob o governo Trump, com cada Estado agindo de maneira isolada e individual. Para Uebel, os modestos avanços alcançados em questões como proteção ambiental, combate às mudanças climáticas, descarbonização e transição para uma economia verde podem ser rapidamente revertidos nos primeiros momentos de sua administração.

O slogan de Trump, “Make America Great Again” é um motivo de atenção para os especialistas, quando se trata de políticas internacionais. Trump acredita que a redução dos compromissos internacionais dos Estados Unidos, incluindo em questões de segurança, e a adoção de políticas comerciais protecionistas, revertendo a tendência de liberalização internacional do comércio predominante desde o fim da Segunda Guerra Mundial, serão fundamentais para reafirmar a preponderância americana no âmbito internacional. Para Fernanda Brandão, coordenadora de Relações Internacionais da Faculdade Mackenzie Rio, isso pode ser um problema. “O projeto de Trump para os Estados Unidos coloca em xeque os principais elementos que sustentaram a legitimidade da liderança americana no cenário internacional até o momento. Trump é grande crítico das organizações internacionais e em seu termo anterior como presidente atuou de forma a enfraquecer o apoio americano a elas. Já em termos de comércio Trump promete a aplicação de tarifas de importação contra a China e contra outros países que utilizam outras moedas que não o dólar em suas transações internacionais (um recado principalmente para os países BRICS) o que teria impactos sobre o custo de vida para os cidadãos americanos e sobre os fluxos de comércio internacionais podendo afetar negativamente os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos e também o Brasil. Em termos de segurança, Trump desde seu primeiro termo como presidente, faz duras críticas ao engajamento americano com a OTAN e afirma que reduzirá o envio de contribuição e ajuda ao esforço de guerra na Ucrânia, sinalizando para seus aliados que os Estados Unidos não são mais um parceiro confiável em questões de segurança como foram até o momento. Assim, o futuro do conflito na Ucrânia e da própria OTAN, a principal aliança militar no mundo hoje, coloca-se sob questionamento. Trump acredita que ao olhar para dentro e reduzir seus compromissos internacionais será capaz de reforçar a preponderância americana no cenário internacional. O que o provável presidente eleito ignora é que esses compromissos internacionais sustentaram a legitimidade de uma ordem internacional centrada nos Estados Unidos e coibiu a ação expansionista de outras potências. Além disso, a prosperidade econômica americana foi resultado da expansão do mercado internacional através da progressiva liberalização do comércio e dos fluxos de capitais. A percepção do declínio relativo dos EUA frente a ascensão da China acompanhada da sistemática redução do engajamento dos EUA com a manutenção da ordem internacional pode criar um cenário favorável para a ação de potências insatisfeitas com a ordem internacional ao invés de coibir a atuação delas. O que a eleição de Trump aponta para a política internacional é de um cenário de crescente tensão, competição e incerteza”.

Mercado financeiro e economia global

“Com a vitória de Trump, teremos um governo americano voltado para o crescimento econômico e um provável FED menos focado em controlar rigorosamente a inflação, forçando o aumento da taxa de juros. Com juros mais altos, teremos uma corrida de capital para os Estados Unidos, onde os países emergentes sofrerão mais a curto prazo. Em relação ao impacto financeiro dessas medidas, espera-se uma redução da arrecadação dos EUA com diminuição dos impostos para as empresas americanas, podendo beneficiar o mercado americano. Trump provavelmente aumentará as taxas de importações do país, removerá o tratado de Paris novamente, já removido em 2017 e restaurado por Joe Biden, além de aumentar o estímulo de uso de petróleo, gás e carvão. No mercado financeiro como um todo, podemos esperar resultados mistos com empresas se beneficiando e instituições sendo afetadas por tais medidas”, afirma Gustavo Ferraz, especialista em investimentos da WIT Invest. Sobre como o resultado das eleições podem afetar os investidores estrangeiros e a taxa de câmbio do dólar, ele afirma: “O governo de Trump foi marcado por grandes cortes de impostos e aumento de gastos. O aumento do déficit fiscal e da dívida pública pode ser visto como um fator de risco crescente, especialmente no longo prazo. Embora essas políticas possam estimular a economia no curto prazo, a longo prazo, se os investidores começarem a ver a dívida dos EUA como insustentável, pode-se criar um ambiente de incerteza fiscal, o que pode aumentar a percepção de risco associada à economia dos EUA. Com a vitória de Trump, podemos também esperar o FED não tão ríspido ao controlar a inflação, criando um cenário de inflação mais longa por mais tempo. Para o investidor de renda fixa, é o momento ideal para estar alocado em ativos pós-fixados (vinculados à taxa de juros) e principalmente ativos ligados à inflação”.

Ao citar sobre as relações comerciais e tarifas impostas a outros países, especialmente China e Europa, Gustavo afirma que Trump já adotou uma postura agressiva e protecionista em relação ao comércio, caracterizada por sua estratégia de “America First” e o uso de tarifas como ferramenta para reduzir o déficit comercial e forçar os parceiros comerciais a aceitar condições mais favoráveis aos EUA. “Com relação à China, podemos esperar tarifas elevadas sobre bens chineses, como uma forma de pressionar a China a mudar suas práticas comerciais, especialmente em áreas como propriedade intelectual, subsídios industriais e transferência forçada de tecnologia. Já os Estados Unidos, podemos esperar tarifas sobre produtos europeus, pressão para acordos bilaterais onde os EUA irão se beneficiar e aumento de tensões em questões regulatórias. Para o mercado financeiro brasileiro, teremos dólar mais alto, fuga de capital estrangeiro caso os EUA venham a subir taxa de juros e pressão para manter a taxa de juros maior por mais tempo. Apesar disso, alguns setores devido às restrições impostas à China, poderão se beneficiar. Além disso, o Brasil estará sob pressão para o desenvolvimento de uma reforma tributária para reduzir as incertezas fiscais”. 

Em relação ao Brasil, Mariana Pulegio, CFP®, Assessora de Investimentos e sócia WIT Invest, afirma: “Se implementadas as promessas de Trump de restringir a imigração, reduzir impostos e ampliar tarifas comerciais podem aumentar a pressão inflacionária e impactar diretamente os rendimentos dos títulos americanos, gerando reflexos nos mercados globais. No Brasil, as preocupações com a situação fiscal se intensificam. Recentes reuniões entre ministros e autoridades na Casa Civil discutiram a formulação de um pacote para limitar gastos obrigatórios, incluindo áreas essenciais como saúde e educação, que podem ser incluídas no teto geral de despesas. Essa medida é uma tentativa de controlar as contas públicas e responder aos desafios econômicos internos”.

Fernanda Brandão, coordenadora de Relações
Internacionais da Faculdade Mackenzie Rio
Gustavo Ferraz, especialista em investimentos da WIT Invest
Mariana Pulegio, CFP®,
Assessora de Investimentos e sócia WIT Invest
Luiz Arthur Fioreze,
diretor de Gestão de Fundos da Oryx Capital

Política pró-negócios

Luiz Arthur Fioreze, diretor de Gestão de Fundos da Oryx Capital, deu ênfase ao impacto econômico e as corporações globais ao explicar que a vitória de Donald Trump nas eleições americanas, com 277 votos nos colégios eleitorais contra 224 de Kamala Harris, marca uma renovação das políticas pró-negócios, com foco na redução da carga tributária para empresas e no incentivo à atividade econômica. “Essa abordagem deverá estimular ainda mais o mercado de trabalho, que já se encontra aquecido, além de beneficiar diretamente as corporações americanas. No mercado de câmbio, o dólar já vinha se valorizando e deve continuar nesse movimento, impulsionado pelo esperado aumento de produtividade das políticas de Trump. Esse cenário fortalece o dólar e traz consequências tanto para o mercado global quanto para as economias emergentes, que podem enfrentar pressões sobre suas moedas e taxas de juros. A expectativa entre gestores é de que o S&P 500 continue a renovar suas máximas, apoiado pelo cenário de crescimento econômico e pela possibilidade de cortes nas taxas de juros nos EUA. Além disso, o mercado de crédito privado também pode se beneficiar com o avanço da atividade econômica, dado que a diminuição dos juros e o aumento da confiança no ambiente empresarial devem impulsionar as emissões e as valorizações desses ativos. Esse alinhamento de fatores projeta um cenário promissor para os mercados de ações e crédito, com os EUA consolidando seu papel de motor econômico global”.

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