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George Niemeyer – a trajetória de um líder e sua contribuição para o Brasil

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George Niemeyer, conhecido empresário, é hoje líder de uma das principais plataformas empresariais de networking, a Oval Table. Formado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP, tem mestrado em Administração de Empresas (MBA) pela Columbia University, de New York. George construiu uma sólida trajetória como executivo, tendo atuado por 20 anos em multinacionais. Sua última posição na carreira foi na Polaroid, como CEO no Brasil. Aos 45 anos de idade, tornou-se empresário, e sua empresa, a Multilink, tornou-se referência no setor em que atua. Sua família vem de uma antiga linhagem, e está no Brasil desde os tempos de Dom João VI, rei de Portugal. Seus antepassados são originários de Hannover, no norte da Alemanha, e chegaram ao País em uma missão de consultoria militar para a Marinha, como parte de um acordo para ajudar Portugal a se defender de uma provável invasão francesa. No Brasil, a família se estabeleceu no Rio de Janeiro, onde hoje é a praia de São Conrado. Na realidade, o nome da praia é uma homenagem a Conrado Niemeyer, que construiu a Paróquia de São Conrado, existente até hoje. Foram também os descentes da família que construíram a Avenida Niemeyer, em 1916. Com 4,76 km, a avenida liga os bairros de São Conrado, Leblon e Vidigal. Nessa entrevista exclusiva, George fala sobre sua trajetória e seus aprendizados, que faz questão de dividir com as pessoas que o cercam. Confira!

The Winners – O senhor construiu uma sólida carreira executiva. Quais os aprendizados que ela lhe trouxe?

George Niemeyer – Um dos grandes aprendizados é a importância de a empresa focar no aprimoramento de uma cultura vencedora própria, de o executivo focar na missão e na visão da empresa para poder enfrentar todo tipo de adversidade, sempre combinando tudo com constante inovação, e ter como meta permanente a “Vantagem Competitiva Sustentável”, única força que garante a continuidade dos negócios. A Polaroid, por exemplo, num ciclo de 60 anos foi de a mais queridinha de Wall Street, quando era cotada a um PL de mais de 60 vezes seu lucro, à derrocada total. Isso porque não soube se preparar para a concorrência da fotografia digital, uma vez que a cultura predominante na empresa era a visão de engenheiros químicos, formados pelo MIT, de que a batalha da empresa era para ser sempre a melhor. Entendiam que ela deveria ser mais criativa e ágil do que a Kodak, pois não conseguiam enxergar a mudança de paradigma para a era digital. Acabaram morrendo as duas!

 

 

TW – Aos 45 anos o senhor trocou a carreira executiva para empreender. Como foi essa transição e quais lições pode compartilhar?

GN – Como não tinha nenhum mentor que pudesse me orientar, fiz tudo na raça, na base do “aqui e agora”. Hoje, olhando no espelho retrovisor, só posso sugerir que essa mudança deve ser muito bem planejada, com uma boa reserva financeira, porque “cash is king”, como se diz, e você aprende que tudo funciona bem enquanto tem reservas. No momento em que o caixa aperta, as portas começam a se fechar. Por isso dou sempre o conselho: quer iniciar seu próprio negócio? Ótimo, então o faça quando você é jovem e solteiro, com baixo custo fixo, ou faça depois dos 60 anos, quando os filhos já estão criados e você tem reservas para sustentar o período das primeiras adversidades.

 

 

TW – E o que faz a sua empresa, a Multilink?

GN – Operamos no comércio exterior, na importação e exportação de bens. A minha expertise é a combinação de planejamento tributário com logística. Tenho uma vasta rede de fornecedores em diversos países devido a minha extensa rede de networking internacional, para operar, dentro da lei, com os menores custos possíveis e, assim, oferecer a meus clientes vantagem competitiva sustentável. Essa área tem muitos impostos combinados com incentivos fiscais regionais, de modo que cada caso acaba sendo uma receita única, como um terno sob medida. A otimização vai depender de alguns fatores: se o bem será para consumo ou revenda, qual a alíquota do IPI, se o produto paga Difal ou não, se incide ICMS substituição, se há o direito à isenção de Imposto de Importação via ex-tarifário, acordos bilaterais, drawback, etc. Importo para mim mesmo e atuo como uma distribuidora, comercializando em todo o território nacional. Também importo para terceiros, como prestador de serviços, por conta e ordem do cliente. Sou também especializado em assistir empresas estrangeiras a iniciarem suas atividades no Brasil (Newcomer), e já ajudei muitas, nos mais diversos setores, a iniciarem operações no Brasil por meio da minha empresa, pois, como sabemos, o Brasil não é para iniciantes. Neste momento, aposto muito em empresas originárias da Índia, país com muitas similaridades com o nosso, cuja economia está bombando, e que têm muito interesse em se estabelecer no Brasil.

Quatro gerações da família: pais, 3 filhos, 4 netos e sogros
Recebendo George Bush (pai) na feira de Tecnologia em São Paulo

TW – Vamos falar agora da pessoa física George Niemeyer. Eu soube que você passou duas vezes pela experiência de ter que lidar com a finitude da vida. Como foi isso e o que você pode nos compartilhar desta experiência única?

GN – Realmente, sofri duas vezes a experiência da eminência da morte, uma por acidente, há 20 anos, quando caí 7 metros de uma cachoeira em Amparo meu fêmur estourou o acetábulo, indo parar no intestino, e outra por Covid, quando fiquei internado e entubado por quase dois meses no Hospital Osvaldo Cruz, logo no início da epidemia. No primeiro caso, devido à prolongada hemorragia, minha pressão foi à zero, tive parada cardíaca e respiratória durante longos 10 minutos e fui declarado falecido. Estava na UTI do hospital e, por insistência da equipe médica, meu coração foi reativado e retornei à vida. Ou seja, experimentei os primeiros 10 minutos após a morte, e tenho plena consciência de como foi tudo isso. Consigo relatar em detalhes esta passagem, e meu caso acabou sendo estudado. Há um vídeo no Youtube (George Niemeyer, Inteligência Espiritual), que explica todo o processo, incluindo o ritual da cor violeta, conhecida como a cor de Saint Germain. Em resumo, só posso endossar que o Criador é perfeito, porque até o ritual da morte é bem feito. Nunca senti uma paz de espirito tão marcante como quando saí do meu corpo. Virei uma espécie de amálgama. Hoje entendo que devemos passar por um processo de passagem para uma nova dimensão, numa espécie de túnel com um portal no final, o qual não cheguei a alcançar porque, do nada, dei marcha a ré e voltei ao meu corpo, e meu espírito se converteu novamente na minha alma. Retornei à vida assim que meu coração começou a funcionar. No segundo caso, internado devido a uma forte Covid, tive um início de septicemia. Metade dos meus órgãos ficou comprometida. Eu estava superconsciente de que havia chegado a hora da partida, e, num momento único, tive uma experiência espiritual muito marcante, agradecendo a Deus pela vida vivida. Naquele momento assumi o compromisso comigo mesmo de que, caso voltasse, eu iria mudar meu propósito de vida e ajudar a sociedade numa causa maior. Na hora da minha alta, na saída, os próprios médicos me revelaram que estavam atônitos com meu caso, pela surpreendente reviravolta, e usaram até a palavra milagre, pois já haviam notificado minha família de que o pior estava na eminência de acontecer.

 

 

TW – O que mudou na sua vida e o que pode compartilhar como aprendizado dessa experiência?

GN – Em primeiro lugar, a consciência de que o tempo é um recurso limitado, e que devemos fazer o melhor uso dele e ser muito parcimonioso na sua utilização. E como fazer isso? Definir claramente um propósito para a sua vida, e toda vez que surgir uma demanda de uso do seu tempo, se fazer a seguinte pergunta: esta demanda está alinhada com meu propósito de vida? Se sim, vá em frente; se não, repense e lembre-se da seguinte frase: O primeiro não é o mais barato. Aprenda com elegância a dizer não, e deixe de desperdiçar tempo e energia. Além disso, carrego algumas frases:

  • A vida é o aqui e agora. Viva somente o presente, o passado passou e o futuro a Deus pertence. Não se preocupe: se ocupe.
  • Viva livre, leve e solto. Não carregue nas costas o problema dos outros.
  • Cerque-se somente de pessoas alinhadas com suas ideias e que torcem por você.
  • Seja cada dia uma melhor versão de você mesmo e nunca se compare com os outros.

Jantar do 0val Table com o presidente Ministro Dias Toffoli, Luiz Carlos Trabuco e Flavio Amary

TW – Toda essa experiência resultou em um livro, ADOTE UM MENTOR. O que pode ser destacado sobre a obra?

GN – Vestindo o chapéu de empresário social, alguém preocupado não somente com seu negócio, mas também com o bem da sociedade, entendo que o maior problema da nossa sociedade é a baixa educação da população, responsável pela grande desigualdade social vigente no Brasil. Então, com o propósito de colaborar visando “ensinar a pescar em vez de dar o peixe”, escrevi este livro focado para os jovens. Nele reuni sete décadas de conhecimento, cultura, aprendizado e sabedoria para agir como um mentor, ensinando, por conceitos diferentes e inovadores, o que eu chamaria de “o pulo do gato da vida”. O livro está calcado em três grandes pilares: 1) A vida é formada por 15 fases, sendo que cada uma tem sua peculiaridade, beleza, desafio e propósito. Ao ter a consciência disso, este conceito age como uma bússola e facilita entender melhor a jornada da vida. 2) Para se tornar uma pessoa completa, é preciso desenvolver as seguintes cinco inteligências: a Racional, a Emocional, a Sensitiva, a Paranormal e a Espiritual. 3) O resultado da jornada é fruto das decisões assertivas que você toma na vida. Existem oito delas que são consideradas estratégicas. O importante é ter consciência disso e, quando frente a uma delas, decidir com cautela e muita reflexão, evitando decidir guiado pela emoção, para não ter que se arrepender depois. Para minha surpresa, recebo de vários leitores adultos agradáveis agradecimentos. Dizem que o livro tem provocado reflexões a ajudado na vida deles também. Ou seja, lançar um livro tem muito em comum com o ato de lançar uma flecha. Uma vez no ar, perde- -se o controle do destino e quem vai acabar apreciando ou não.

 

 

TW – O senhor foi capaz de transformar sua experiência em aprendizado, mas a maioria das pessoas tem dificuldade no processo de autodesenvolvimento, principalmente com o modelo de educação que temos no Brasil. Como o senhor vê esse processo?

GN – Eu acho que a educação brasileira está muito calcada em modelos antigos, em muita cultura desnecessária, muita decoreba, muita desatualização. As escolas nesses modelos não preparam, em absoluto, o indivíduo para vida. E aí temos a catástrofe total, porque você tem a escola que não prepara, e a família que não está mais presente no processo evolutivo da criança. Antigamente tínhamos os valores morais formados pela família, hoje em dia, muitas vezes, a família está ausente, pai e mãe trabalhando, e boa parte dos filhos sendo criados por babás ou empregadas domésticas. O resumo é que essa combinação cria uma divergência para a criança e sua formação. É uma solução complexa que fecha a equação. É preciso resgatar os valores da família e fazer com que a formação moral e cultural, bem como os valores, seja à base do indivíduo. Esse não é o papel da escola, e está havendo uma mistura. Uma das grandes razões para escrever o livro é passar o conhecimento que os jovens não vão encontrar em muitas famílias, e também não vão encontrar nas escolas.

Com primo Oscar, grande usuário Polaroid nos momentos de inspiração
ADOTE UM MENTOR: Dicas para uma vida mais assertiva

TW – Como empresário social, comente conosco sobre a plataforma que você dirige, denominada 0val Table.

GN – Esta plataforma existe há 15 anos, e tem como missão promover o diálogo entre os setores público e privado, acreditando que nós, representantes da sociedade civil, unidos, temos mais força para sermos ouvidos e influenciar políticas públicas assertivas para o bem do nosso país. Hoje compreendemos 800 membros, sendo 100 do setor público e 700 do setor privado, de todos os segmentos da economia, com muitos nomes expressivos e influentes na sociedade, sendo 250 mulheres e 550 homens. Nós nos reunimos periodicamente, nos mais diversos formatos, e temos ainda uma aliança informal com mais 10 outras plataformas existentes, que, somadas, totalizam algo como 3.000 pessoas, com uma expressiva participação nos níveis municipal, estadual e federal, o que nos permite atrair mandantes de primeira linha a vir conversar conosco e debater políticas públicas para o bem do País. Já contamos no novo governo com expressivos nomes da plataforma ocupando cargos diretivos. Nosso lema é: “UNIDOS POR UM BRASIL MELHOR”. A participação do grupo se dá por convite, e a cultura é user pay, sem nenhuma mensalidade fixa, tudo fruto de um trabalho pro bono, como contribuição ao grupo.

 

 

TW – Analisando o cenário brasileiro atual, quais pontos podemos considerar de avanço no comportamento dos empresários e empresas quando o assunto é desenvolvimento humano?

GN – Acredito que as ações de ESG estão despertando um novo momento para as empresas. Muitas estão implementando novas políticas, e outras ainda ficam no discurso. Para mim, o mais importante é o social. O grande problema do Brasil chama se educação. E quando você vê os números da educação, até que a gente gasta um percentual relevante em relação ao PIB brasileiro comparado com outros países do mundo. O grande problema é o desperdício e a falta de controle das ações. Então, migramos para o setor privado para complementar a educação. Só que vemos pessoas totalmente despreparadas para competir e crescer na vida profissional. O meu gatilho é sempre tentar empregar uma pessoa jovem, com brilho nos olhos, que tem potencial. Assim, é possível investir em treinamento, e proporcionar à pessoa um crescimento real na sua vida. Em suma, a educação é muito importante, e o movimento tem que ser sempre ensinar e proporcionar mecanismo de motivação. A modernidade é isso: é o empresário entender que ele tem que investir na educação e na formação do funcionário, mesmo correndo o risco de o funcionário ir embora depois de treinado, o que faz parte do processo. Você não pode deixar uma pessoa na ignorância e criar dependência. Felizmente, boa parte do empresariado moderno pensa diferente, tem consciência de seu papel na sociedade e no crescimento da equipe que está a seu lado.

TW – Para finalizar, que mensagem gostaria de deixar ao público leitor?

GN – Agradecer por essa oportunidade de participar de uma revista tão prestigiada como a The Winners, e compartilhar o recado: seja, a vida inteira, simultaneamente Mestre e Aprendiz, aberto a ensinar os mais jovens e estar aberto a novos aprendizados, independentemente da idade.

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