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Dr. Rubens Paulo Gonçalves – a alma de um médico

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O paulistano Rubens Paulo Gonçalves, médico desde 1969, é formado pela Faculdade de Medicina da PUC do Paraná, com residência médica na Faculdade de Medicina da USP. Casado com a psicanalista Sandra Maria Gonçalves, é pai de 4 filhos e avô de 08 netos. A família é a base de sua vida e parte de seu legado. Em seu curriculum, gosta de destacar 21 mil partos feitos e mais de 30 mil cirurgias. Foi o primeiro responsável pela maternidade do Hospital Albert Einstein, onde atuou de 1973 a 1974. No início da carreira, atuou no Inamps (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, atual SUS – Sistema Único de Saúde) como ginecologista. Ele ressalta que: “O número de pacientes era muito grande. Chegava a realizar 15 cirurgias por semana, uma experiência muito importante para meu desenvolvimento clínico e cirúrgico.”  Recebeu várias homenagens, entre as quais destaca a da Sociedade Israelita, em 2010, por sua atuação como responsável pela maternidade desde o início de seu funcionamento. Sempre atento às inovações e qualificações, fez estágio na Alemanha, França e Eslovênia Trouxe para o Brasil o primeiro aparelho de Ultrassom B Scan (Vidoson) e se tornou especialista em ginecologia e obstetrícia, Ultrasonoscopia, colposcopia e patologia cervical. Toda essa formação permitiu que, em 1974, inaugurasse sua própria clínica, o Centro Ginecológico Obstétrico e Pediátrico, com foco no atendimento às consultas, ultrassom e colposcopia.  Durante a vida desenvolveu outra paixão: escrever. O fascínio pelas letras possibilitou a publicação de oito livros de repercussão nacional. Em seus momentos livres não recusa uma partida de golfe e uma boa comida italiana. Um profissional que vai além de suas fronteiras e se permite novas realizações. Ao conceder esta entrevista, frisou: “Agora, olhando para trás, vejo que tenho algumas atuações que me formaram e das quais me orgulho!”. Conheça a história e a vida deste médico, empreendedor e escritor.

The Winners – O senhor é um dos médicos mais respeitados em seu segmento. Em várias oportunidades reforça a importância em se manter estudando e pesquisando. Como este processo de evolução se dá em sua vida?

Rubens Paulo Gonçalves – Sempre me preocupei com a atualização. Considero fundamental em todas as profissões, mas na minha isto significa salvar vidas, prevenir doenças e garantir o bem-estar. Este pensamento me levou a outras partes do mundo a fim de obter mais informação e conhecimento. Fiz estágios na Alemanha e Eslovênia, e especialização na França e Espanha. Em 1974, trouxe para o Brasil o primeiro aparelho de ultrassom e fui o primeiro brasileiro a utilizá-lo. Em 2010, fui um dos primeiros médicos a realizar uma videolaparoscopia e, mais tarde, a usar um robô cirúrgico.  Em 2018, comecei a usar a Laserterapia com laser de Érbio.   Como obstetra, fui plantonista do Hospital Modelo, o que me permitiu evoluir e aprimorar a parte técnica. Era o começo dos atendimentos socializados, e o hospital atendia a funcionários de todas as montadoras, como Willis Overland, Ford, Volkswagen, GM, além dos prestadores de serviço dos Tribunais de Alçada, Justiça, Juizado de Menores, do INAMPS  e outros convênios menores. Cheguei a fazer 10 partos em 24 horas de plantão. Tenho muito orgulho por ter meu nome associado a uma manobra cirúrgica em obstetrícia, a “Manobra de Rubens”, que deve ser utilizada para a retirada de crianças em cesariana.  Não devemos nos acomodar naquilo que aprendemos ontem. Em Medicina, é preciso saber o que se está fazendo hoje. Temos que estar a par das evoluções tecnológicas e científicas, incrementando-as em nossa clínica diuturnamente.

 

TW – Em um de seus artigos é feita uma alusão à mudança de costumes nos jovens de hoje. Como o senhor vê o comportamento da sociedade?

RPG – A incrível velocidade com que as modificações sociais acontecem, a infinita quantidade de informações com que todos são confrontados, repercute nas exigências de atuações sociais a que nossos filhos e filhas são sujeitos. A exaltação da sexualidade surge como uma necessidade de adaptar-se ao grupo, ficando fora dele se não se submeterem às novas regras. É preciso uma presença orientadora constante para que isso não os faça se perderem.

 

TW – Entre suas obras, abordam-se assuntos que levam os casais a refletirem sobre suas relações. O senhor acredita que é papel do médico esse tipo de orientação? Fale um pouco a respeito.

RPG – Como ginecologista e obstetra, lido com a sexualidade de minhas pacientes. Portanto, é inevitável conhecer sua intimidade e individualidade. Somente assim posso orientar os pro[1]cedimentos e ajudá-las nas dificuldades. A orientação não é dada somente à mulher, mas também ao marido, pois se trata de relação conjugal. É importante perceber que na relação o casal deve conversar sobre suas aflições e procurar soluções conjuntas para ter uma vida sexual e pessoal em harmonia. Tento infundir esse modo de ser.

 

TW – É crescente no Brasil casos de crianças e adolescentes grávidas. O que falta em política pública para oferecer uma melhor educação sexual aos jovens?

RPG – É fundamental a presença de uma orientação familiar atuante e de muito amor na vida das crianças e adolescentes. É necessário transmitir aos filhos que eles podem contar com seus pais em primeiro lugar. Cultivar o aprendizado por meio dos conselhos das pessoas que mais os amam só pode levá-los à uma saudável conduta. Não pode faltar a presença de mães e pais. Sem dúvida isso é muito importante, mas não é tudo. É preciso uma política pública, competente e de apoio na orientação dos jovens, principalmente nas escolas. Todos têm direito à saúde e à educação, e a vida sexual passa por isto.

 

TW – Sua trajetória foi marcada pela atuação em grandes hospitais e com boa infraestrutura. Como é para um médico ter a consciência de que o SUS ainda tem muito a evoluir? Como o senhor vê o atual sistema?

RPG – Atuei no Inamps por mais de 30 anos, até me aposentar no serviço público, em 2002. Fui chefe do posto do Glicério, hoje chamado de UBS (Unidade Básica de Saúde), onde atendíamos mais de 500 pacientes por dia, nas diversas especialidades. O sucateamento desse serviço tão importante foi estimulado quando surgiram os planos de saúde. Pretendiam substituir o Inamps por um serviço que privilegiasse grupos particulares que visavam somente lucro. Foi uma pena! O INAMPS foi extinto em 1993 pela Lei nº 8.689, e suas competências foram transferidas às instâncias federal, estadual e municipal gestoras do SUS, criado pela Constituição de 1988, que caminha com toda dificuldade. Tenho certeza de que esta é a saída para o atendimento aos menos afortunados e aos procedimentos de alto custo. É preciso ter um apoio maciço do governo no sistema com investimento em pesquisa e novas tecnologias. Atendimento médico é caro! Cada vez mais se usam equipamentos de alto custo, os quais precisam ser subsidiados pelo governo para manter o SUS na ativa e atendendo de forma efetiva a população de baixa renda.

 

TW – O que o senhor considera como destaques em sua carreira e de que forma contribuíram na sua evolução pessoal?

RPG – Tive a sorte de ter excelentes mestres, como o Dr. José Gentil Monteiro e o professor José Bonifácio Medina. Sem dúvida, isso foi essencial! Deram-me a noção de que eu não atendo a doenças, atendo a seres humanos, e como tal devo curar não só o corpo de minhas pacientes, mas também amparar suas almas. Em mais de 50 anos de profissão tive muitos desafios, no entanto, prefiro reconhecer todos eles como evolução e aprendizado. Minha formação no Hospital das Clínicas, em São Paulo, como residente foi o início de uma jornada. Tornar-me um especialista me possibilitou um aprofundamento nas necessidades femininas e o encontro de novas formas de atuação. A vivência no Inamps, o grande número de pacientes que atendi e os incontáveis plantões de 24 horas (às vezes, eram três a quatro dias por semana) nos hospitais que trabalhei me mostraram a discrepância social que o Brasil vive. Atuar em hospitais de primeira linha e, ao mesmo tempo, conviver com a pobreza e a falta de estrutura para as classes sociais mais necessitadas me ensinou que vivemos num país de imensas diferenças e injustiças sociais.

 

TW – Muitos profissionais da saúde têm dificuldade em gerir seus próprios empreendimentos devido a sua vocação. As escolas de Medicina preparam os alunos para opções diversificadas na carreira? Como foi esta experiência na criação do Centro Ginecológico Obstétrico Paulista?

RPG – O Centro Ginecológico Obstétrico Paulista surgiu do incremento da socialização da medicina. O atendimento particular, no meu caso, sempre existiu, mas os convênios médicos levaram muito da clínica particular. Para atender às necessidades de minhas clientes, passei a trabalhar com os convênios como entidade jurídica.   Gerir uma clínica, inicialmente, não foi fácil. Quando comecei, o Centro Ginecológico Obstétrico Paulista se chamava Centro Ginecológico Obstétrico e Pediátrico. Nessa época meu sócio era o Dr. José Roberto Brunini, um excepcional pediatra que muito me ajudou na organização e no desenvolvimento de minha clínica. Hoje, aposentado, é um grande fazendeiro. O importante é saber avaliar o mercado, suas opções e buscar o aperfeiçoamento em disciplinas que não dominam. Ter uma boa equipe de suporte também ajuda. No meu caso, facilitou-me a gerência, a Contábil Bandeirantes que tem como titular o Dr. José de Jesus Afonso, excelente e honesto profissional. E a importante colaboração de Carlos Schiliró Sobrinho, administrador que organizou nossos convênios e atendimentos.

 

TW – Com toda a evolução da sociedade, a mulher ainda é vítima de violência das mais diversas. Como ginecologista, essa constatação é dolorosa? Que tipo de ações uma equipe de saúde pode fazer para reduzir os casos de violência à mulher?

RPG – A violência contra a mulher não é coisa nova em nossa sociedade. Desde a obrigatoriedade de “servir” ao seu homem, assim que ele deseje, até a jornada integral de cuidados no lar, além de trabalhos fora de casa para completar os ganhos familiares, fazem parte da realidade de muitas mulheres há muito tempo.  A solução para resolver tal situação começa quando a menina observa a relação dos pais e muitas vezes a inibição as impede de tratar do assunto com eles. Neste momento, a educação e orientação dos profissionais é importante. Quando a adolescente chega ao consultório, é crucial conversar e entender sua realidade. Assim, poderemos aconselhar sobre sua relação com parceiros e falar sobre suas escolhas.  Às vezes, nada disto funciona, e a intervenção do poder público é necessária. No entanto, é importante frisar a importância da valorização pessoal e o autoconhecimento. Desta forma, poderemos dar voz às mulheres.

 

TW – O senhor participou do WOCA em 2018, na Eslovênia, e na época teve acesso a médicos e novidades do setor. O que pode nos contar sobre este equipamento e sua revolução na medicina diagnóstica?

RPG – Quando estivemos na Eslovênia, nos facilitou o contato com a medicina local, o Sr. Andre Valse, membro da Câmara de Comercio Eslovênia Brasileira, (Slobraz). Fomos muito bem recebidos e pudemos conhecer um pouco do que se faz por lá no atendimento público. Nessa oportunidade conheci a Laserterapia, que logo em seguida, trouxe para o Brasil. Em termos de equipamentos, a Eslovênia está bem desenvolvida, dando seu governo, um grande apoio à pesquisa na área médica.

TW – Além de sua atuação na medicina se tornou autor de livros de sucesso, entre eles, “Os Carrascos estão Mortos”, publicado em 2012, que gerou polêmicas. Como foi a concepção desta obra e de que forma recebeu as críticas?

RPG – Pois é! A surpresa de 2021 foi ter sido procurado pela INTRO, produtora cinematográfica, para a realização de um filme a partir de um livro meu publicado em 2012.  “Os Carrascos estão Mortos” fala da execução dos carrascos nazistas, Eichman e Mengele.  Esse livro foi muito bem aceito pelo meu público e já está na segunda edição. Tive a ideia de escrevê-lo a partir da visita que fiz aos campos de concentração alemães. As imagens desses lugares me impactaram tanto que resolvi me informar sobre o assunto.  Lembro-me que após a visita, me perguntei: “Como um povo tão inteligente foi levado a acreditar num louco a ponto de apoiar torturas e assassinatos, além da perseguição absolutamente sem sentido aos Judeus?”. Tinha que escrever sobre isso, como uma reação pessoal às atrocidades cometidas.  Eu acredito que internamente queria me vingar dos nazistas contando seus crimes, dizendo que não ficaram impunes. Ficarei muito feliz, como ser humano, caso a história se concretize em um filme.  Como autor, espero que outros livros por mim publicados sigam o mesmo caminho.

 

TW – Durante muito tempo foi um tabu falar dos desafios para a mulher madura. Quebrando parte deles, o senhor escreveu dois livros: “Desafio da Menopausa” e “Envelhecer Bem”. Qual a importância de abordar esses temas?

RPG – O “Desafio da Menopausa” e o “Envelhecer Bem” surgiram do compilamento de situações sentidas por minhas clientes. Elas me motivaram a esclarecê-las como um manual para essas fases da vida. Foi muito bom!  Neles eu falo um pouco mais sobre a problemática feminina, nessa alteração hormonal que tanto influencia o comportamento da mulher, bem como da sintomatologia que se revela também nas mudanças que acontecem na pele, nos ossos, nos vasos e principalmente no psiquismo.

 

TW – Falando um pouco dos prazeres da vida, o senhor sempre foi um apreciador de vinhos e da boa gastronomia. Morou na Alemanha e tem uma relação próxima com a França. O que esse período trouxe para sua vida até hoje?

RPG – Tive, durante vinte anos, uma residência secundária na França, o que me levou para perto de grandes vinhos. Além daqueles que conhecia de meu estágio na Alemanha, principalmente os brancos, comecei a provar bons vinhos tintos franceses. Não sou um “connaisseur”, mas um apreciador de vinhos.

 

TW – Sua família, esposa, filhos e netos também praticam a medicina. Como é o dia a dia de uma família de médicos? 

RPG – Minha mulher é psicóloga e psicanalista. Tenho também uma filha psicóloga e um filho que se tornou hoteleiro pela École Hôtelière de Lausane e hoje é vice-presidente regional de desenvolvimento para a América Latina da Intercontinental Hotéis (eu o acho mais inteligente que nós, médicos). Estamos na quarta geração de médicos em minha família. O primeiro foi meu tio Paulo de Tarso, irmão de minha mãe. Morando em sua casa, em Curitiba, aprendi com ele muito do psiquismo humano. Quase me tornei psiquiatra, sua especialidade. Depois de mim, meus dois filhos, Rubens e Daniela, também seguiram a profissão. A grata surpresa e também um orgulho, é ver meu neto mais velho no quarto ano de Medicina. Brinco que é falta de originalidade da família…rsss!

 

TW – Depois de uma carreira sólida, qual o legado e conselho que o senhor deixa não apenas aos futuros profissionais, mas para gestores e líderes?

RPG – Sejam médicos de corpos, não se esquecendo que neles habita uma alma. Às vezes, a alma está mais doente que o corpo. É preciso ter esta sensibilidade – tratar do ser humano por completo, corpo e alma. Assim, vamos curar muito mais e atuar para uma sociedade melhor e um futuro mais saudável. 

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