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Bruno Bom – o jovem publicitário que está levando o Direito ao futuro

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O advogado Bruno Pedro Bom se tornou especialista em Marketing Jurídico. Descobriu logo no início da carreira que poderia unir o melhor das duas ciências e se abriu a um nicho de mercado pouco explorado e com muitas possibilidades de aprendizado e ações. Logo conquistou importantes clientes e criou a Agência BBDE Comunicação (Bruno Bom | Direito & Excelência), fundada em 2015. Inovou ao criar um modelo de negócio publicitário diferenciado, composto de estratégias de marketing, relacionamento, uso de mídias sociais e investimento orientado ao setor Jurídico. Defende a quebra dos paradigmas na profissão e um olhar atualizado. Paulistano que ama a cidade de São Paulo, vê nas novas tecnologias oportunidades infinitas. Contudo, esse jovem publicitário e advogado entende que é importante o autoconhecimento, o estudo. Adora filosofia, leitura e a família. Casado com Crislaine Lima Pedro Bom, é pai de dois belos cães da raça Samoieda – Vanilla e Dom. Entre seus momentos de lazer estão viagens, cultura e gastronomia. Além de tenista, é faixa preta de Taekwondo; afirma que os esportes, como tênis, demandam inteligência emocional, principalmente, e artes marciais, disciplina e foco – comportamentos essenciais para o sucesso. Sua paixão pela Filosofia lhe rende grandes pensamentos e o caminho para o segundo livro. Bruno Bom é formado em Direito pela PUC/SP, em Publicidade pela ESPM/SP, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/SP. Fundador e presidente da BBDE Comunicação, agência referência especializada em Marketing Jurídico no Brasil, gerente de Marketing do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Processual), diretor de Marketing do IBP (Instituto Brasileiro de Precatórios), presidente do IBMJ (Instituto Brasileiro de Marketing Jurídico), consultor de Comunicação, palestrante, professor e autor do best-seller Marketing Jurídico na Prática, publicado pela Editora Thomson Reuters Revista dos Tribunais. Nessa entrevista exclusiva, ele nos conta como foi sua trajetória entre o Direito e o Marketing, os seus planos e como vê o futuro dos advogados e do setor no país. Confira!

The Winners – O senhor é formado em duas faculdades: em Direito pela PUC/ SP e em Publicidade pela ESPM/SP. Qual foi sua primeira escolha? O que o motivou a fazer a segunda faculdade?

Bruno Bom – Eu entrei na Faculdade de Direito da PUC em 2006, e no primeiro dia de aula eu já trabalhei em um grande escritório, o Arruda Alvim & Thereza Alvim Advocacia e Consultoria Jurídica, onde atuei por quatro anos. Entendo que é importante destacar que venho de uma família muito conservadora, para meu pai havia três opções de carreiras, uma em cada área do conhecimento: Humanas – Direito, Exatas – Engenharia e Ciências Biológicas – Medicina, para a qual, com certeza, não tenho nenhuma vocação. Então fui para o Direito. Eu gostava da área e do conteúdo, tinha ótimo relacionamento com os professores e colegas, mas não me via como um grande jurista, não me imaginava trabalhando como operador do Direito em nenhuma área. Então, depois de formado, eu optei por fazer minha verdadeira paixão, que foi a ESPM. Passei na ESPM em nono lugar, e com direito à bolsa. Minha primeira experiência no Marketing foi um estágio em uma das principais agências de luxo da América Latina, a MCF Consultoria, presidida por Carlos Ferreirinha. Eu acredito que o marketing de luxo foi a minha principal escola. Foi lá que aprendi a pensar “fora da caixa” e a dar espaço para minhas ações e iniciativas, a ter ações disruptivas, a transformar o ordinário em extraordinário. Em[1]bora tenha tido várias experiências, essa primeira foi a mais edificante. Hoje eu vejo que, de fato, minha verdadeira paixão é saber contar boas histórias, contar a história dos meus clientes. A BBDE Comunicação surgiu justamente da fusão dessas duas competências, uma agência de Marketing Jurídico que entende as restrições do código de ética e disciplina da OAB, mas também sabe operar todas as ferramentas de marketing. De logomarca e identidade visual, posicionamento de marca, personal branding para operadores da área, estudo de mercado, criação e gestão de website, um trabalho consistente nas redes sociais, todas, Linkedin, Instagram, Facebook, YouTube, TiK Tok, Clubhouse, trabalho de CRM que consiste em gestão eficiente da carteira de clientes; trabalhamos também com os rankings jurídicos, nacionais e internacionais, assessoria de imprensa, treinamento corporativo para gestão de imagem pessoal aos advogados com uma postura mais atrativa no mercado como operadores do Direito. Somos uma agência totalmente holística e orientada no setor Jurídico.

TW – Como foi o início de sua carreira como advogado? Quais foram seus maiores desafios e as maiores frustrações?

BB – O início foi de quatro anos no escritório Arruda Alvim & Thereza Alvim Advocacia e Consultoria Jurídica, nesse grande escritório, como mencionei. Eu realmente nunca fui um grande entusiasta do Direito propriamente dito. Mas eu tenho esse viés de comunicação, de pensar fora da caixa, de ser criativo, propor ideias disruptivas. Isso foi um grande aprendizado para mim, entender um pouquinho a dinâmica dos advogados, compreender a realidade dos profissionais e, ao mesmo tempo, foi bem complexo, porque eu não conseguia operacionalizar minha vocação, que é justamente a comunicação, pensar em coisas diferentes. Digamos que minhas peças, elas tinham um quê de ousadia, iam criar uma criatividade, então, na época não foram bem aceitas dentro de um escritório tradicional. No entanto, foi bem frutífera essa experiência, edificante. Eu pude entender como funciona “a cabeça do advogado”, e isso propiciou que eu norteasse a agência a partir das necessidades e das dificuldades sobre o que o advogado deveria se posicionar. Eu trabalhava em um escritório superprestigiado e queria operar com eles as ferramentas de Marketing. Então, foi aí que eu entendi que com essa base eu poderia abrir a agência e atender a outros escritórios e outros profissionais do setor.

TW – Em 2015, o senhor fundou a BBDE Comunicação, considerada a maior agência especializada em Marketing Jurídico do Brasil. Como surgiu a ideia da agência? Hoje o senhor não advoga mais? Como é administrar essa rotina?

BB – Completaremos seis anos de existência como agência referência em Marketing Jurídico que atende a aproximadamente 150 clientes no Brasil e na América Latina. Nossos clientes são escritórios, entidades e profissionais, como Arruda Alvim & Thereza Alvim Advocacia e Consultoria Jurídica; Dinamarco, Rossi, Beraldo & Bedaque Advocacia; Faculdade de Direito da USP; Nery Advogados, Lucon Advogados, Yarshell Advogados, entre tantas outras bancas. Atualmente eu não advogo, mas me mantenho atualizado, pois essa formação é importante porque eu entendo o mercado e suas particularidades e, claro, as restrições do código de ética e disciplina da OAB e suas limitações, que versam a publicidade jurídica. Hoje, sou gerente de Marketing do Instituto Brasileiro de Direito Processual, que reúne os principais processualistas do Brasil, com 65 anos de tradição. Fui convidado recentemente para ser diretor de Marketing Brasileiro de Precatórios, digo que minha rotina é bem apaixonante. Eu amo o que faço, tenho propósito. Foi essencial ter encontrado um nicho de mercado bem inexplorado, sem dúvida, o mercado mudou e está evoluindo. Obviamente, temos uma série de paradigmas ainda a serem rompidos.

Equipe BBDE Comunicação

Palestra sobre Marketing Jurídico realizada pela Conceito Seminários

TW – O senhor defende a importância de “quebrar os paradigmas da advocacia” e já escreveu alguns artigos sobe o tema. O que considera importante na profissão na sociedade contemporânea?

BB – Advogados pertencem a uma profissão extremamente prestigiada intelectualmente, que tem uma responsabilidade social inerente à profissão, o que de fato corrobora as premissas do código de ética que norteiam o exercício da classe; são quase duzentos anos de paradigmas desde a fundação das primeiras faculdades de Direito no Brasil, em 1827: uma em Olinda, que deu origem à Faculdade de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco, e outra em São Paulo, que deu origem à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Ao longo desse tempo, a profissão está enraizada por paradigmas que não dialogam com os tempos atuais, e os paradigmas, de certa forma, são verdades inquestionáveis que limitam o operador do Direito frente a uma nova conjuntura e nova realidade, uma realidade digital. O primeiro paradigma é entender que o modelo de negócio jurídico no Brasil mudou. Hoje, o tomador de decisão é cada vez mais jovem e disruptivo, ele não está amarrado nas correntes do tradicionalismo jurídico. Cada vez mais, ele tem uma linguagem digital, quer um advogado que seja aliado estratégico do negócio, não um mero operador do Direito, eu sempre falo que é uma questão de adaptabilidade. Segundo Charles Darwin, não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas aquele que melhor se adapta. Então, o Direito vive esse paradigma, como uma constante. Por outro lado, temos um código de ética e disciplina já entrando no segundo paradigma, que, em vez de ajudar o advogado a ser mais competitivo e mais relevante dentro dessa nova conjuntura, limita o advogado. Tanto é que, além dos atrasos do novo provimento, podemos perceber o artigo sobre ostentação que fere as liberdades individuais, fere uma linguagem mais humanizada do advogado, uma linguagem que estabelece conexão emocional, esse é outro paradigma. Outro paradigma é que o advogado precisa entender que o papel dele mudou. Segundo o prestigiado professor José Renato Nalini, que foi presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo e secretário da Educação: “o Direito é um universo complexo capaz de seduzir os mais vocacionados, mas para surtir os efeitos desejáveis nos quais ele se preordena, ele precisa dialogar com outras ciências”, então, o advogado do futuro, e aqui é fundamental destacar, precisa de fato dialogar com novas ciências: marketing jurídico, gestão empresarial, empreendedorismo, tecnologia, teoria e prática da negociação, assim como tantas outras competências transversais ao Direito. O quarto paradigma são as faculdades do Direito, elas versam uma linguagem predominantemente técnica, e o advogado, quando sai para o mercado de trabalho, sai totalmente despreparado, seja para procurar um emprego, para ter uma linguagem atrativa em mídias sociais ou para empreender. Ele vai precisar aprender sobre gestão e outras ferramentas fora da faculdade. Isso é totalmente prejudicial, inclusive para lidar com os próprios clientes. Outro paradigma que eu bato muito é a questão do Marketing Jurídico, embora não seja proibido na profissão e seja regulamentado, ainda gera estranheza. E o Marketing é fundamental num tempo altamente digital, em que os advogados devem posicionar voz ativa, produzir conteúdo de uma maneira técnica e ao mesmo tempo humanizada. O Marketing não sustenta o mau negócio, mas um bom negócio não se sustenta sem o Marketing, então, o Marketing tem papel fundamental para o advogado, de fato, mostrar-se competitivo, mostrar-se relevante. Não adianta ser bom, é necessário parecer bom. O último paradigma é que todos os advogados são uma marca, sem exceção. Eu acredito que a sociedade mudou, assim como a comunicação global, e o advogado tem que se enquadrar nessa nova conjuntura do Direito. Esse é o meu trabalho: humanizar a linguagem dos meus clientes. O Direito tem que ser uma ponte entre as garantias individuais de cada cidadão, ele tem esse papel de aproximar a sociedade de seus direitos e de seus deveres enquanto cidadãos. Temos dados alarmantes, que podemos até considerar um paradigma: o Mercado Jurídico está saturado. Segundo o quadro de registro da OAB, há 1,3 milhão de advogados, a média é que até 2023 sejam dois milhões de advogados, segundo a OAB. O Brasil tem mais faculdades de Direito do que todos os países do mundo somados, apresenta quase 1.240 cursos enquanto o restante do mundo são 1.100 cursos, e ainda, segundo o Inep, 900 mil alunos se matricularam no curso de Direito só em 2021. Então, mesmo com esses dados preocupantes, eu acredito que o Direito não esteja saturado para o advogado que entende de marketing, de interdisciplinaridade, que entenda que ele é uma marca. Eu sempre gosto de citar nas minhas palestras uma frase de Dom Hélder Câmara “É preciso mudar muito para ser sempre o mesmo”. É preciso que os profissionais da área se reinventem para operarem a própria profissão.

TW – Em um mundo cada vez mais digital, como o senhor vê as leis e sua transformação? O que é preciso mudar?

BB – O Direito deve ser um instrumento, um caminho de acompanhamento e regulamentação da sociedade. Regulamentando os Direitos dentro de uma nova conjuntura. Podemos perceber que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) destaca justamente a importância em trabalhar a proteção de dados sensíveis que estavam de fato sofrendo um abuso. Na minha visão, principalmente a OAB precisa ser mais relevante, ela precisa criar normas e condutas que ajudem o advogado a ser mais competitivo numa realidade altamente digital, principalmente nesse momento pós-pandemia, em que houve uma migração coercitiva para o digital. Existem dois tipos de advogados, os que estão na internet e os que não estão na internet. Dessa forma, o digital passa a ser a sobrevivência, não mais um modismo, e sim uma necessidade de manter o negócio. Assim, é necessário que a OAB regulamente o exercício da advocacia, formate leis que ajudem o advogado a ser mais competitivo nessa nova conjuntura. O Barão de Montesquieu falava que as leis inúteis debilitam as necessárias, e podemos perceber que o novo provimento 202/2021, principalmente no parágrafo único do artigo sexto, quando a OAB fala de ostentação à nossa entidade, infelizmente, não caminha no sentido dessa nova realidade, tornando o advogado mais competitivo e capaz de operacionalizar o que ele faz de melhor, o próprio Direito. O advogado contemporâneo, para operacionalizar sua vocação, precisa mais do que nunca entender outras competências, dialogar com outras matérias, ter uma visão mais interdisciplinar, mais holística do negócio, muitas vezes o cliente não quer o melhor advogado, com a melhor técnica ou conhecimento jurídico, ele quer um advogado em que ele efetivamente possa confiar, então, as redes sociais são instrumentos que fomentam essa construção de relação, essa conexão. Rede social não é para você fazer história, é para você contar boas histórias no sentido de estreitar relacionamento. Nesse sentido e de uma maneira ampla, deve acompanhar a sociedade, mas principalmente a OAB, em minha opinião, deveria ser a entidade que ajuda o advogado a ser mais competitivo sob uma nova dinâmica. Há uma frase que eu gosto muito de Alvin Toffler: “O analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”. Eu vejo que as faculdades de Direito e a OAB estão formando advogados “analfabetos do século 21”, ou seja, aqueles operadores que apresentam apenas conhecimento jurídico, só que eles não conseguem aprender, desaprender e reaprender – algo tão exigido numa sociedade tão dinâmica e de mudanças exponenciais. O critério fundamental para o êxito na advocacia é a capacidade de adaptação.

TW – Durante a pandemia da covid-19, muitas mudanças ocorreram em nosso cotidiano. A aceleração da transformação digital sem dúvida foi a mais impactante. O que mudou na atuação jurídica, mas que foi, ou poderia ter sido amenizado e mais bem aproveitado pelo Marketing?

BB – A Covid-19 reverberou nas empresas e, consequentemente, nos advogados; um efeito que já estava em aceleração, mas foi potencializado, foi a migração coercitiva para o digital. Acontece que essa migração para o digital repercutiu uma saturação comunicacional, uma mesmice na forma de se comunicar da classe. A comunicação se mostra repetitiva, sem despertar a atenção da audiência. Aqui cabe uma frase de Enaki Scudero: “quanto mais digitalizado nos tornamos, mais humanizados devemos ser.” Isso cabe na Comunicação. O que eu vejo? Uma sociedade que está em ativa evolução e que mudou sua forma de se relacionar, lidar com os problemas, de aprender. O Direito não pode estar na contramão desse processo, muito pelo contrário, tem que estar nivelado a isso. Então, o primeiro passo é a humanização da comunicação, entender que do outro lado eu não estou lidando apenas com um litígio, estou lidando com pessoas, que tem medos e anseios, isso é fundamental. E a forma de operacionalizar o Direito mudou, acredito que o processo civil da forma que conhecemos deixará de existir daqui a um tempo, as pessoas buscam soluções cada vez mais rápidas, o advogado não ganha apenas para advogar, ele deve colocar rostos e histórias diante dos processos com que lida, tem que mitigar danos, resolver conflitos, pensar de maneira estratégica e humanizada. Percebemos o crescimento contínuo de câmaras de mediação, arbitragem, conciliação para maior celeridade no deslinde dos conflitos. Eu falo que através dos olhos dos advogados enxerga-se a essência da Justiça. O advogado precisa entender que o Direito mudou, o processo de comunicação mudou e a forma com que as pessoas litigam mudou, ele é o profissional que está à frente. Não deve enxergar os clientes apenas como números, cifras, mas enxergá-los como uma pessoa, com rosto, que tem um problema, que quer resolver esse problema da maneira mais célere possível. Esse é o papel principal da humanização da comunicação para diferentes estratégias na geração de conexão, compreendendo que se fizer de certa maneira tudo pode mudar. O momento exige novas habilidades. Afinal, novos tempos demandam novas competências. É tempo do diálogo com outras ciências que se mostram necessárias para o exercício da própria profissão.

TW – Como o senhor vê que o Marketing pode atuar a favor do Direito? Como escritórios, e mesmo profissionais de Direito, podem se beneficiar do Marketing?

BB – O Marketing contribui para ajudar a adornar a verdade do advogado, ajuda a construir reputação, dar autoridade, além de elevar a estima. Isso simplifica e ajuda no processo de tomada de decisão, gera segurança aos advogados, que precisam entender que são vendedores, não apenas de serviços jurídicos, mas de soluções autênticas, segurança, conhecimento, conforto e esperança. O Marketing transforma em público o conceito, as informações extremamente relevantes na linguagem necessária ao entendimento do cliente. Somos uma cultura latino-americana, altamente sinestésica, e quando falamos de capital intelectual, infelizmente, nossa cultura desprestigia este tipo de serviço. Então, o Marketing vem justamente para neutralizar isso, para gerar valor, gerar posicionamento, dar autoridade. Serve para materializar premissas que são intangíveis, como conhecimento, experiência, credibilidade. Existem várias redes sociais, mas eu sempre falo para meus clientes: “você não precisa estar em todas as redes sociais, você precisa estar nas redes sociais pertinentes a seu objetivo de comunicação”. Eu falo que a escolha e o posicionamento nas redes sociais devem ser tratados com o princípio da igualdade, previsto no artigo 5º da Constituição Federal, que determina que dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na exata medida da desigualdade. Portanto, cada rede social, ou cada iniciativa de marketing, deve ser tratada de forma diferenciada, respeitando a mais aderente ao objetivo firmado e ao comportamento específico de consumo de informação e sua particularidade. Defina sua hiperespecialização, tenha um propósito claro para, depois, sim, definir a segmentação do seu público-alvo e desenvolver a estratégia e a abordagem de marketing, que serão sua voz. Quando a gente fala de um advogado que almeja prospectar diretores jurídicos, gerentes jurídicos, ele deverá usar uma rede social mais corporativa, como o LinkedIn, trabalhar matérias em veículos de comunicação mais críveis, técnicos como Valor Econômico, Exame, por exemplo, por meio de uma linguagem mais robusta, porque do outro lado da mesa ele dialogará com um técnico, então, precisa mostrar autoridade, conhecimento. Agora, se um advogado, onde eu firmo os meus serviços para clientes finais, pessoas não técnicas, eu preciso adaptar minha linguagem, uma linguagem que gere valor de forma palatável, que me conecte, e compreender que comunicação não é o que se fala, mas sim que o que se entende é fundamental num processo de comunicação. De certa maneira, o marketing é a criação de uma marca forte, e as pessoas confundem marca com um bom logotipo. Marcas fortes não são apenas resultado de boas criações de logotipo, mas sim são condutores que geram um comprometimento e apresentam características que fazem com que os clientes identifiquem e construam segurança na tomada de decisão, são elas que diferenciam os escritórios que são cada vez mais semelhantes. Isso é essencial, todos os advogados que entenderem que eles vendem mais que serviços jurídicos, que vendem experiências únicas, quando o foco da venda for os benefícios dos serviços, os escritórios atingem outro patamar de diferenciação. Na medida em que você se eleva e constrói um núcleo de conteúdos orientado a seu propósito, você atrai pessoas convergentes a esse propósito, gerando relacionamento próximo, constante e perene. Então, o Marketing não pode ser observado como Ciência Exata, ele é um conjunto de decisões baseadas em inferências internas e externas de cada situação. Ele ampara para que o advogado tenha voz, tenha posicionamento autêntico, uma representação que efetivamente o ajude na construção de valor, relacionamento, fomentação de autoridade e uma reputação inabalada. Essa é a importância do marketing em uma conjuntura totalmente dinâmica que vivenciamos.

TW – Após a abertura da agência, e hoje com grandes clientes, quais cases considera mais expressivos para demonstrar a potência do Marketing aplicado ao Direito?

BB – O escritório Arruda Alvim & Thereza Alvim Advocacia e Consultoria Jurídica foi minha primeira experiência enquanto operador do Direito e meu primeiro e ainda cliente. Eles não tinham nenhuma iniciativa de rede social desde a época em que eu trabalhava lá, porém tinham cursos excelentes que ficavam restritos apenas para quem participava in loco. Eu ficava inconformado de tanto conhecimento sem o devido compartilhamento e a devida divulgação. Assim, iniciei uma chamada para grupos de debates “Arruda Alvim” e a repercussão foi ótima, houve milhares de acessos pelo país e as pessoas começaram a elogiar a pulverização desse conhecimento, a democratização. Outro case ótimo foi da SEREC (Semana de Recepção dos Calouros, da USP). Em virtude da pandemia da covid-19, o evento foi on-line em 2021 e os organizadores estavam temerosos de que a aceitação dos patrocinadores e apoiadores, basicamente escritórios, não tivesse visibilidade. Mostramos como as ferramentas digitais poderiam aumentar o alcance do conteúdo não só para os acadêmicos da Faculdade, mas para todo o Brasil, e como poderiam aumentar a visibilidade desses apoiadores. Assim, eles bateram recorde de patrocínio e apoio institucional de grandes escritórios, muitos, inclusive, mais próximos de candidatos qualificados para oportunidades de emprego. Já me deparei com advogados com vasto conhecimento jurídico e com seus escritórios à beira da falência por não utilizarem as ferramentas de marketing. Imagine a ansiedade e frustração! A partir do momento em que eles começaram e entender e dialogar com novas ciências, em um intervalo de tempo relativamente curto, seus resultados passaram a ser muito mais exitosos. Isso é gratificante enquanto especialista de Marketing Jurídico. Escritório que nem sequer havia marca ou website bem estruturado. Segundo Van Gogh: “Grandes coisas são compostas por uma série de pequenas reunidas”, dessa maneira, reeducar o cliente que Marketing Jurídico é realizar um trabalho de consistência é fundamental. Esses são alguns exemplos bem representativos do que podemos fazer. Temos mais de 150 clientes ativos e muitas iniciativas de marketing e comunicação que mudam a vida dos nossos clientes, sempre os alinhando aos novos tempos.

TW – Recentemente, o senhor publicou o livro Marketing Jurídico na Prática, considerado um guia prático e atualizado, com reflexões que irão gerar iniciativas para a aplicação dos pilares de marketing e comunicação enquanto ferramentas de diferencial competitivo estratégico. De onde veio a inspiração? Quais são seus objetivos com essa publicação?

BB – Eu tinha uns cinco anos de experiência na área quando vivenciamos a pandemia, o ritmo das reuniões havia diminuído um pouco e comecei a pensar em colocar no papel minha experiência, reunir o conhecimento de marketing jurídico e construir um livro, um manual prático para que advogados pudessem aplicar as ferramentas de marketing. O livro foi publicado pela prestigiosa Editora Thomson Reuters Revista dos Tribunais e traduz como a inteligência na gestão do Marketing Jurídico auxilia efetivamente os profissionais do Direito em qualquer nível de atuação na construção de sua reputação, aumento de visibilidade e conversão de clientes, respeitando as diretrizes do código de disciplina da OAB. Minha intenção foi elaborar um guia prático e atualizado, com reflexões que pudessem gerar iniciativas de comunicação e sua aplicação dos pilares de marketing enquanto ferramentas de diferencial competitivo estratégico. Então, esse livro foi uma iniciativa onde reuni meu conhecimento e a experiência da BBDE Comunicação em um manual que ajudasse os operadores do Direito a entenderem essa nova realidade. Tive a honra de contar com o prefácio do Professor José Renato Nalini e vários depoimentos de clientes, como o Professor José Manoel de Arruda Alvim Netto (que faleceu este ano), Paulo Henrique dos Santos Lucon, Mario Esequiel, Georges Abboud e outros grandes juristas que compartilharam seu conhecimento em depoimentos importantes. O livro foi muito bem aceito pelo mercado, com sua primeira edição esgotada, já está em sua segunda edição e será atualizado com o novo Provimento da OAB (205/2021), onde eu falo um pouco das restrições da publicidade estabelecidas no código de ética, a importância da marca, da solidez da marca para o setor jurídico, a questão do website, onde sempre alerto que “o website é a extensão digital do seu escritório”. Eu falo muito sobre rede social, como utilizar cada uma, trabalhar todas as redes sociais de uma maneira assertiva e relevante, assessoria de imprensa, gestão eficiente da carteira de clientes, rankings jurídicos, a importância da comunicação não verbal e outros assuntos.

TW – Há um segundo livro em produção? O senhor pode falar sobe ele?

 BB – Já se filosofou sobre os mais diversos temas, buscando novos ângulos de interpretação dos seus conceitos, dogmas e vertentes. O exercício é bem saudável para delinear pontos de vista que até então foram pouco explorados ou valorizados. Quando decidi escrever o livro A filosofia de sucesso na Advocacia, meu primeiro desafio foi buscar, na própria caminhada, referências que delineassem minha visão do sucesso no Direito sob outro ângulo e assim traria ao leitor subsídios que estimulassem uma reflexão profunda sobre o assunto. Logo de saída percebi que estava diante de uma empreitada complexa, pois muitos dos colegas advogados certamente seriam resistentes a essa proposta, já que suas rotinas cotidianas praticamente os blindavam para quaisquer iniciativas “fora da caixa”, pois as demandas profissionais incessantes absorviam todas as suas energias e atenções, impedindo que descortinassem algo que fugisse da métrica habitual.

Essa constatação aguçou o propósito de construir esse projeto, pois tenho absoluta certeza de que advogar é uma arte e, como tal, não pode se restringir a regras instituídas há séculos, como profissionais estáticos que permanecem impassíveis diante das revoluções impostas pelo mundo contemporâneo. Já foi o tempo em que ser um excelente advogado era requisito suficiente para construir uma carreira de sucesso, valorizada e respeitada por seus pares, colaboradores e clientes. Quem não se der conta disso, certamente estará fadado à obsolescência ou, quem sabe, até bem antes de se aproximar dela. O padrão do “fazer jurídico”, alicerçado naqueles valores que conhecemos tão bem, foi colocado num liquidificador e ligado na sua potência máxima, de forma que, ao ser desligado, o que restou não tinha nada da fórmula original. Muitos advogados supõem que poderão se ater ao status quo e que, agindo assim, estarão protegidos das intempéries e surpresas que os novos ventos estão sinalizando, muitas vezes de forma dissimulada, sem qualquer alarde. Ledo engano. Novos parâmetros, na contratação de membros para a equipe e no perfil de clientes, por exemplo, não são mais meras possibilidades, já que descortinam uma realidade a qual não podemos mais nos negar a enxergar, tampouco a aceitar as mudanças trazidas no seu bojo. Esse perfil disruptivo vem à tona estabelecendo parâmetros de comportamento que literalmente detonam pilares que se diziam inatingíveis, passando com rolo compressor sobre que[1]sitos que pareciam eternos, mas, de fato, estavam imbuídos de uma fragilidade imensa. Ao longo da minha experiência de quase uma década com Marketing Jurídico, convivi com centenas de escritórios na América Latina, alguns extremamente exitosos, mas a maioria nem tanto. Pude observar, na amostra dos escritórios e advogados de sucesso, alguns “padrões comuns”, uma espécie de código de conduta que seguiam e que, embora divergissem quanto aos aspectos socioculturais da região, demonstravam na sua essência uma convergência de valores e comportamentos similares. Reforço que não existem scripts de sucesso, a tomada de decisão no universo jurídico deve ser pautada por uma série de inferências internas e externas. Mas ao mesmo tempo acredito fortemente na potencialidade de bons exemplos de sucesso e em sua inspiração como forma de romper a inércia e iniciar uma jornada de sucesso. Conforme ensinava o historiador Lucien Febvre: “A história é uma resposta a perguntas que o homem de hoje necessariamente se põe”. Pergunto: estamos realmente dispostos a dialogar com outras ciências? Qual o limite da nossa capacidade de deixarmos de ser inertes para nos tornarmos seres em movimento, com disposição para se reinventar, colocar em prática novos roteiros e traçar horizontes além do que a vista alcança? O sucesso no Direito está fora do Direito. E quando nos propomos a sair da osmose e a ir à luta portando novas armas e novas estratégias de guerra, a chance de sobrevivermos será exponencialmente maior. É isso que proponho no meu novo livro, não entrego fórmulas ou pílulas de sucesso, mas me comprometo a desenvolver uma entrega de possibilidades de reflexões sobre caminhos, soluções autênticas e modos de fazer. Pretendo que seja uma fonte de inspiração para os operadores do Direito, em qualquer nível de atuação para serem e, principalmente, manterem-se relevantes na nova conjuntura, por meio das reflexões da Filosofia aplicadas de forma prática. E vou incluir, inclusive, a análise de case prático da maior e mais renomada firma advocatícia da América Latina, Nelson Wilians Advogados, escritório de dados estatísticos megalomaníacos em que, ao todo, são mais de 500 mil processos ativos, cerca de 20 mil clientes entre pessoas físicas e jurídicas e um quadro de três mil colaboradores, distribuídos em 29 unidades por todo o Brasil e 17 unidades fora do país. O objetivo é trazer, além do conteúdo teórico, uma abordagem prática da filosofia do sucesso na profissão. Espero que esse livro venha a contribuir para que a arte da profissão possa ser exercida em todo seu vigor e plenitude, de forma a resgatar o prestígio da profissão e a ajudar os leitores na edificação de seu propósito e realização profissional.

TW – O senhor se declara um homem de propósitos e ideias. Como vê sua atuação, qual deve ser o legado do conjunto de sua obra?

BB – Meu verdadeiro propósito é humanizar a linguagem do meu cliente para a sua audiência, para a sociedade, de forma que ele consiga pulverizar sua comunicação aliada à reputação e ao propósito, seja em um artigo, uma participação em um veículo de comunicação, uma entrevista, um post em redes sociais, uma palestra. O foco é que ele consiga humanizar seu conteúdo e traduzir em uma linguagem efetiva, que gere valor, que se aproxime da audiência e, consequentemente, que traga resultados financeiros, crescimento e desenvolvimento. Acredito fortemente que quando você tem fé inabalável no seu propósito, que é algo que de fato você confia, você se aprimora, estuda e isso gera, primeiro, segurança para construir conteúdos na sua área e, posteriormente, isso vai atrair pessoas que se identificam e que estão alinhadas a seus valores, à sua missão. Isso é o que chamamos de “aumento da base social de maneira qualitativa” e eu prego muito isso: networking não é taxímetro baseado numa troca financeira, mas sim uma troca mútua genuína de valor que tende a reverberar novos negócios e resultados financeiros. Isso faz parte de meus objetivos: resgatar o brilho, o prestígio do Direito, mas de uma forma alicerçada, por meio da edificação do propósito em cada um de meus clientes, identificando e maximizando suas virtudes. Como amante da Filosofia, em uma das passagens de Sêneca, o filósofo nos ensina “Se um homem não sabe para qual porto está navegando, nenhum vento será favorável a ele”. Então, o propósito vem justamente na identificação do meu objetivo, enquanto pessoa e profissional, da força motriz que diariamente nos move no caminho da evolução, por meio da sabedoria. Essa é a diferença do conhecimento e da sabedoria, o conhecimento é uma junção de informações e a sabedoria é saber aplicar esse conjunto de forma útil e benéfica para a sociedade. Eu me sinto privilegiado em poder, por meio do Marketing, contribuir para que os advogados consigam encontrar seu “porto” e serem realizados na profissão. Meu propósito também consiste em direcionar a classe advocatícia para o futuro, capaz de se adequar aos novos tempos. Sou ativista feroz pela atualização da grade curricular nas faculdades de Direito e que a OAB seja uma instituição de apoio aos advogados, de tal forma que o Direito seja uma prestação de serviço assim como qualquer outra, munida de ferramentas que tornem seus operadores mais relevantes na atual conjuntura corporativa. Ainda segundo o filósofo Sêneca: “O destino conduz o que consente e arrasta o que resiste”. Os advogados do futuro não podem mais ser arrasta[1]dos de forma inerte pelas exponenciais mudanças, devem ser conduzidos por meio da visão interdisciplinar, da linguagem humanizada em tempos digitais. Isso que eu respiro e me inspira em minha incansável luta diária – o advogado, mais do que operador jurídico, deve ser um aliado estratégico dos negócios de seus clientes, alinhado aos novos tempos, capaz de resgatar todo o prestígio da nossa nobre profissão.

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