Menu
No mundo

O maior superávit da história

06/02/2024 01:46
Publicidade

Balança comercial tem resultado recorde de US$ 98,838 bi em 2023 – maior desde o início da série histórica, em 1989. Quem puxou os números para o alto e por que 2024 deve ser melhor?

Impulsionada pela safra recorde de soja e pela queda das importações, a balança comercial encerrou 2023 com superávit recorde de US$ 98,839 bilhões, divulgou em janeiro, em Brasília, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado representa alta de 60,6% sobre 2022, pelo critério da média diária, e é o maior desde o início da série histórica em 1989. O crescimento das exportações no ano passado foi puxado principalmente pela agropecuária (9%) e pela indústria extrativa (3,5%), enquanto as vendas totais da indústria de transformação tiveram queda de 2,3%. Nos três setores, os produtos que mais se destacaram em termos de crescimento de vendas externas foram animais vivos, milho, soja, minérios, açúcares, alimentos para animais e instalações e equipamentos de engenharia civil. No ano passado, as exportações bateram recorde, enquanto as importações recuaram. Em 2023, o Brasil vendeu US$ 339,673 bilhões para o exterior, alta de 1,7% em relação a 2022. As compras do exterior somaram US$ 240,835 bilhões, recuo de 11,7% na mesma comparação. O principal destino dos produtos brasileiros em 2023 foi a China. As exportações para o gigante asiático alcançaram US$ 105,75 bilhões – aumento de 16,5% sobre 2022. É a primeira vez na história do comércio exterior brasileiro que as exportações para um único parceiro comercial ultrapassam a casa dos US$ 100 bilhões. Também se destacaram, entre os países para os quais houve crescimento das vendas, as exportações para a Argentina, que aumentaram 8,9% em relação a 2022, totalizando US$ 16,72 bilhões. Para dois outros parceiros de grande porte, EUA e União Europeia, houve queda de 1,5% e 9,1%, respectivamente. Já as importações registraram queda em relação a três desses quatro parceiros: EUA (-26%), China (-12,4%) e Argentina (-8,4%). Ao mesmo tempo, as compras brasileiras da União Europeia cresceram 2,6% e totalizaram US$ 45,42 bilhões, com destaques França, Alemanha e Itália. Apenas em dezembro, a balança comercial registrou superávit de US$ 9,36 bilhões. O valor também é recorde para o mês, com alta de 127,1% sobre o mesmo mês de 2022 pelo critério da média diária, que minimiza a diferença de dias úteis entre meses iguais de um ano e outro. As exportações totalizaram US$ 28,839 bilhões no mês passado, com aumento de 2,1% em relação a dezembro de 2022 pela média diária. As importações somaram US$ 19,479 bilhões, com queda de 11,3%, também pela média diária.

Previsões

O resultado superou as previsões do mercado. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central (BC), as instituições financeiras estimavam superávit comercial de US$ 81,3 bilhões para o ano passado. O superávit também superou a estimativa de US$ 93 bilhões divulgada pelo MDIC em outubro.

Quantidade

Em relação às exportações, o recorde decorreu principalmente do aumento da quantidade exportada, que subiu 8,7% no ano passado, impulsionado principalmente pela safra recorde de grãos. Os preços médios recuaram 6,3%, puxados principalmente pela desaceleração na cotação das commodities (bens primários com cotação internacional). Nas importações, a quantidade comprada caiu 2,6%, mas o preço médio recuou 8,8%. A queda nos preços decorreu principalmente da redução no preço internacional do petróleo e de derivados, como fertilizantes, em 2023. Em 2022, as cotações dispararam por causa do início da guerra entre Rússia e Ucrânia. “Mesmo com queda do preço de commodities e menor crescimento na economia mundial, o Brasil avançou 8,7% no volume das exportações e 1,7% do valor das exportações. Nossas exportações cresceram dez vezes mais que a média mundial. Em todo o planeta, as exportações cresceram 0,8% no ano passado”, declarou, por meio de videoconferência, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). Ele anunciou uma meta de US$ 348 bilhões em exportações para este ano. “Vamos trabalhar para isso”, disse. Alckmin também divulgou o recorde de 28,5 mil empresas exportadoras no ano passado e recorde de vendas para o exterior dos seguintes produtos em 2023: soja, açúcar, milho, carnes e máquinas de mineração. Em relação aos principais mercados, Alckmin ressaltou que as maiores expansões foram registradas nas exportações para China, Indonésia, México, Vietnã, Argentina, Uruguai e Paraguai. Quanto ao saldo da balança comercial, o MDIC projeta superávit de US$ 94,4 bilhões em 2024, com queda de 4,5% sobre 2023. Isso decorre porque a pasta prevê alta de 2,5% das exportações e aumento de 5,4% das importações neste ano. As compras do exterior deverão subir por causa da recuperação da economia, que aumenta o consumo, num cenário de preços internacionais menos voláteis do que no início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Economistas explicam previsões para 2024

“A balança comercial foi o grande destaque de 2023, e ainda deve brilhar em 2024. A safra recorde de 2023 trouxe o saldo da balança comercial para o maior nível da série histórica. O resultado foi suportado pelo crescimento do volume de vendas de produtos agropecuários, forte o suficiente que compensou a queda nos preços. O volume de soja e milho cresceu por volta de 30% em relação ao ano de 2022. A indústria extrativa mineral também apresentou aumento no volume exportado, em torno de 18%, puxado pelas vendas de petróleo e ferro, que teve suas vendas retomadas para a China. Do lado das importações, houve retração, o que explica parte do resultado superavitário forte. Com o baixo crescimento da indústria doméstica, houve queda no volume importado, acompanhado por queda dos preços. Olhando para frente, a balança comercial em 2024 pode ter uma dinâmica similar ao ano de 2023, com a safra ainda forte suportando grande parte do superávit comercial, acompanhada das vendas da indústria extrativa, principalmente de petróleo e ferro, e de um ainda baixo volume de importações. Os preços das commodities devem permanecer comportados, o que sustenta as projeções para um superávit comercial 25% menor do que em 2023. A calibragem para um superávit maior ou menor será dado principalmente pela força da economia chinesa e pelos preços das commodities. A força do El Niño neste início de ano trazendo menos chuvas pode impactar negativamente o volume das exportações agrícolas. Ainda assim deve ser um ano de ótimas notícias vindas do setor externo, com contribuição importante para a conta corrente e crescimento do PIB”.

Marianna Costa, economista do TC (Traders Club)

“O Brasil entra no rol dos países mais superavitários do mundo e está virando um grande produtor de petróleo – mesmo nível de Irã – conseguiu quadruplicar. Triplicou em relação ao início dos anos 2000 nos grãos. Além disso, o fluxo financeiro pra bolsa foi bom em dezembro, tanto pela via comercial quanto pela via de investimento – o que é bastante interessante – e deve permanecer em 2024. A gente tem uma previsão de balança comercial de pelo menos US$ 80 bilhões em 2024 e pode ser um pouco melhor a depender da safra. Então há uma previsão de fluxo de dólar para o país que garante uma estabilidade e até mesmo a apreciação da taxa de câmbio – tenho dito que não acho nenhum absurdo o câmbio cair para uns R$ 4,50 ao longo do ano”.

Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master

“O ano de 2023 foi excepcional para a balança comercial brasileira. O superávit. recorde foi de US$ 99 bilhões, com um crescimento de 1,7% das exportações alcançando US$ 340 bilhões, em relação a 2022, e uma queda de 11,7% nas importações, que atingiram US$ 241 bilhões. Claro que este fato é uma boa notícia, mas o crescimento foi basicamente derivado da exportação de commodities, como soja, milho e petróleo, enquanto os produtos industrializados tiveram uma queda de 2,3%. Infelizmente o Brasil não tem conseguido elevar a exportação de produtos manufaturados e de maior valor agregado. Para 2024, a perspectiva deve ser de queda do superávit. O próprio Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços já prevê esta queda. A exportações de commodities devem seguir elevadas, mas depende do volume das safras, que tende a ser menor. A queda nos juros internos pode trazer uma apreciação do Real, prejudicando também o superávit. A queda do desemprego pode trazer uma pressão para aumento das importações, o que seria mais um fator pressionando o superávit para baixo. Uma novidade positiva seria a assinatura do Acordo Mercosul – União Europeia, que poderia trazer um aumento de importações e exportações, mas isso não parece muito provável neste momento”.

Michael Roubicek, professor de Finanças da Fundação Vanzolini
Continua depois da publicidade
Para os entusiastas de jogos online, entender as nuances de cada plataforma é essencial, e uma revisão detalhada pode esclarecer muitas dúvidas veja aqui Betmaster É Confiável para uma visão detalhada das características e serviços do Betmaster Casino.

Aqui você pode jogo do aviãozinho por dinheiro!

namoro no brasil KMSpico 11.3.0 Ativador Download 2024 Para Windows e Office

Join Elon Musk's vision for the Quantum AI revolution

Asian luck-themed fortune tiger game.
namoro no brasil Utilisez notre le code promo 1xbet gratuit pour recevoir les bonus exclusifs de 130$.