O lugar do gim
O gim ou gin (como admite a própria legislação brasileira) tornou-se neste novo século que inicia-se, um “queridinho” para muitos novos consumidores desta tradicional bebida. Mas, apesar deste fato em todas minhas apresentações surge sempre uma pergunta: “Mas, afinal o que é o gim?”. Eu a respondo de duas formas. A primeira delas, conforme a sua própria definição pela legislação brasileira, ou seja, “Gim é uma bebida destilada com graduação alcoólica de 35% a 54% em volume, a 20oC, obtida pela redestilação de álcool etílico potável de origem agrícola, na presença de bagas de zimbro (Juniperus communis), com adição ou não de outra substância vegetal aromática.”
E a segunda maneira, a minha preferida por ser mais simples e objetiva: “A vodca, que é também uma bebida destilada obtida de etanol de origem agrícola, é redestilado diversas vezes para tornar-se totalmente neutra. O gim também segue estes passos iniciais da vodca, entretanto a sua supremacia absoluta sobre a vodca advém do fato dele ainda ser submetido a mais um estágio de produção.
Neste estágio, o álcool etílico neutro gerado é redestilado na presença obrigatória do zimbro e de outros botânicos, que são especiarias, ervas, flores, frutas que transmitem à bebida flavores extremamente aromáticos. Portanto, diferentemente da vodca que é sempre neutra, podemos produzir gins de vários estilos: cítricos, florais, frutados, herbais, condimentdos, etc.
Formas de consumo
Apesar de alguns poucos consumidores o beberem acompanhando comidas, esta não é a sua maior vocação. Pode-se aproveitá-lo melhor consumindo-o de outras formas. Uma das minhas formas prediletas de consumo é apreciá-lo puro. Nesse sentido, sempre tenho uma garrafa de gim no congelador. Entretanto, por ser considerado o “rei da coquetelaria” o seu emprego mais nobre é na preparação de drinques em bares especializados. Cada dia surgem uma infinidade de novas versões de coquetéis de gim. Entretanto, é fato que existem alguns drinques considerados clássicos por quase todos os bartenders, barmen e apreciadores. Dentro desse seleto leque estão o gim-tônica (um dos mais refrescantes de todos), o dry martini (o meu coquetel preferido), o negroni, o red snapper (um bloody mary de gim) e, já que estamos no Brasil, a caipirinha de gim.
Só existe uma forma eficaz para avaliar a qualidade de um gim, é degustá-lo puro e às cegas.