Champagne ou espumante?


Boa parte dos apreciadores de vinho já ouviram a frase: “todo champagne é um espumante, mas nem todo espumante é um champagne”.
Mas, afinal o que diferencia o vinho espumante feito em Champagne, França, dos demais exemplares do mundo? Reza a lenda que no século XVII, Dom Perignon, monge beneditino teria encontrado algumas garrafas “defeituosas com espuma”, e acidentalmente teria descoberto o estilo. De fato, foi nessa região onde se desenvolveu o processo de duas fermentações, a primeira chamada de fermentação alcoólica para produzir o vinho base e a segunda para a tomada de espuma na garrafa, a mesma que será entregue ao cliente final.
Esse método é conhecido como “tradicional” ou champenoise, e normalmente o tempo médio para concluir a produção é de 2 anos. Somadas a essa técnica, a região de Champagne reúne características únicas, impossíveis de serem reproduzidas em outros lugares do mundo, como: clima frio, pouco mais de 600 mm de chuva por ano, solo calcáreo com excelente drenagem, rigorosas regras impostas pelo Conselho Interprofissional dos Vinhos de Champagne (CIVC). Tudo isso garante uma qualidade muito alta para seus vinhos. As uvas protagonistas são a branca Chardonnay e as tintas Pinot Noir e Pinot Meunier

Evidentemente existem outros vinhos espumantes de alta qualidade sendo produzidos em outras regiões do mundo e que merecem serem conhecidos como Franciacorta (Itália), Cava (Espanha), Cape Classique (África do Sul) Cremant de Bourgogne (França), inclusive todos produzidos com o mesmo método de Champagne. Preciso citar também o “método tanque” ou Chamat, onde a segunda fermentação do espumante ocorre em grandes tanques de aço inox com temperatura controlada e o vinho é envazado sob pressão. Utilizado para os espumantes menos complexos e ficam prontos em pouco tempo, cerca de 3 meses. Temos bons exemplares no Brasil, Pinto Bandeira, Vale dos Vinhedos e Campanha Gaúcha no Rio Grande do Sul e no Planalto Catarinense. Estes exemplares podem ser encontrados nas melhores enotecas no Brasil e no mundo com grande facilidade. Uma boa festa sempre começa com espumante, porém esse vinho pode e deve estar a mesa em outras ocasiões mais comuns. Ótima companhia para queijos de massa mole, como camembert e brie; salada verde com crutons e queijo de cabra; carpaccio; carnes brancas, como vitelo tonnato. Para champagnes com mais estrutura uma bela lagosta com molho de manteiga fica especial. Saúde!


