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No mundo

A gasolina verde-amarela

20/11/2019 23:13 | Atualizado há 1 ano
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40 anos atrás, em 19 de setembro de 1979 assinei, junto com o vice-presidente da República Aureliano Chaves, o ministro João Camilo Pena e mais dois ministros do governo do presidente João Figueiredo, presente ao ato, o Protocolo objetivando a produção de veículos automotores movidos integralmente a álcool. Dele resultaram fatos expressivos para o Brasil.

Poupou-nos, com o barril a 65 dólares, em 40 anos, mais que 15 bilhões de dólares em divisas. Reduziu a poluição do ar, em São Paulo, em cerca de 40%, conforme o Berkeley Lab, Califórnia e não arranhou nem mesmo um hectare das terras da Amazônia legal. Levou a um salto monumental a agricultura brasileira que, de 6 milhões de toneladas de soja colhidas naquele ano, atingiu 127 milhões este ano e conduziu-nos a ser o maior produtor mundial sem desmatar ou incendiar a Amazônia.

Hoje, move uma frota de veículos flex de 30 milhões de veículos, equivalente à frota de automóveis da França. Este simples apanhado é o retrato de um país preocupado em continuar sendo o que cuida bem de sua mega diversidade e protege 74,5% de suas terras.

De sua história desde o ProÁlcool até o protocolo assinado entre iniciativa privada e o governo, a lição que fica é a da união de esforços que produziu, no curto prazo, 5 milhões de veículos a etanol e ajudou a integração nacional nas áreas de agricultura, comércio e indústria.

O poder público e os empresários foram seus artífices, todos congregados na Comissão Nacional de Energia – CNE, de onde o protocolo se originou. O veículo flex, lançado em março de 2003, desde então acumula vendas de mais de 32,35 milhões de veículos constituindo a maior frota mundial de automóveis com tecnologia flex do mundo.

De 1976 a 2018 foram substituídos o uso e a importação de mais de 3 bilhões de barris de gasolina, um marco significativo para um país que possui reservas provadas de 12 bilhões de barris, incluindo o Pré-sal. O valor econômico da gasolina substituída, calculado pela DATAGRO, equivale a mais de 506 bilhões de dólares. Lembra também o Plínio Nastari, seu presidente e membro do CNPE que, em termos ambientais, o fato do etanol de cana ser praticamente neutro em emissão de gases causadores do efeito estufa, o transformou numa das fontes de energia mais limpas para alimentar a mobilidade eficiente, do ponto de vista energético e ambiental.

E, nesta mesma semana em que o Brasil comemora a assinatura do protocolo do carro a álcool, é lançado no país o primeiro veículo hibrido flex a etanol. Este, já considerado o carro mais limpo do planeta, pois emitirá, nas ruas, apenas 27gCO2 por km.

Neste momento de reflexão sobre os nossos erros na condução da política para um desenvolvimento programado para a Amazônia, que nos leva a debater em foros internacionais até mesmo a nossa inquestionável soberania sobre ela, creio que as melhores armas que dispomos são aquelas que estão já em nossas mãos.

A demonstração eloquente da substituição de carbono que empreendemos com o carro a álcool – um sucesso mundial – o nosso código florestal, as reservas de áreas de preservação permanente, o respeito aos índios e, agora, o apoio e participação do Exército para coibir e punir os responsáveis por desmatamentos ilegais e, acima de tudo, pelas queimadas, já disciplinadas em São Paulo e que deveriam há muito ser coibidas ou controladas pelo poder federal.

Que este susto pelo qual passamos seja um alerta.

As metas de descarbonização aprovadas pelo Congresso brasileiro em 2017, propostas pelo CNPE através do plano nacional de biocombustíveis, devem levar a uma redução acumulada de emissão de 686 milhões de toneladas de CO2 até 2029, o que corresponde a mais de um ano de emissões totais de carbono de um país da dimensão e expressão econômica da França.

Por conta do uso de biocombustíveis e medidas como o rodízio de veículos, embora a cidade de São Paulo tenha uma frota de 8.5 milhões de veículos, não tem a mesma poluição do ar que metrópoles como Beijing, Déli e Cidade do México.

Há um caminho claro de cooperação internacional. Que o carro a álcool possa ser um exemplo de descarbonização da economia e da abertura de novas fronteiras e que, no momento em que a Europa busca impor normas internas para o uso de combustíveis bio, sem sucesso até agora, um dos itens desta cooperação possa ser o etanol brasileiro.

Fico muito feliz ao ter meu nome associado a esta saga que lança o Brasil mundialmente à frente, ao criar a gasolina verde. Foram 40 anos de experiência, com grande repercussão ambiental, econômica e política.

Penso apenas que perdemos a batalha da comunicação, pois nenhum país fez tanto na área da mobilidade quanto o Brasil, que sofre hoje críticas injustas, mesmo tendo desenvolvido o mais coerente e eficiente projeto de redução de emissão de carbono.

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