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Luciano Oliveira: Construindo o sucesso

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De vendedor de balanços a um empresário de sucesso, o fundador e CEO da MÉTODOS Empreendimentos fala sobre sua trajetória na construção e na mineração, além dos seus próximos empreendimentos

Nascido em Sousa, na Paraíba, Luciano Oliveira carrega uma história de superação, mas muita determinação. Era 2002 quando chegou na cidade de São Paulo e começou a empreender trabalhando na fabricação de cadeiras artesanais, aos 21 anos. Naquela época, recebeu o convite para trabalhar com engenharia industrial, fazendo tubulações, além de ingressar em outras construções, sem muita experiência, mas com muita determinação e atenção em aprender. Luciano passava as noites dormindo em obras e trabalhando mais de 100 horas por semana, com um único objetivo: vencer. A vivência lhe permitiu ter experiência e trabalhar em diversos setores de construção, e foi neste momento que decidiu alugar a garagem de um tio e prospectar serviços com as grandes indústrias. Ali naquele pequeno espaço, nasceu a MÉTODOS MANUTENÇÃO e logo depois, MÉTODOS Empreendimentos. Fazendo a gestão do negócio, contratando encarregados, vendedores e compradores, Luciano viu seu negócio crescer, precisando aumentar seu raio de atuação no estado de São Paulo. Em 2011, através do investimento em fortes áreas de montagem, Luciano teve a maior expansão de sua empresa, construindo a sede da MÉTODOS em São Bernardo, que segue até os dias atuais. Em 2022 adquiriu um novo espaço em Guarulhos (SP), com 6 mil m² para grandes demandas e projetos, como os de estruturas metálicas. Atualmente, a MÉTODOS trabalha com engenharia industrial, tanto na área de montagem quanto na de fundação, através de estruturas metálicas, tubulações plataformas, fabricação de tanques, fabricação de placas para prensas, galpões, entre outros, com filiais em Pernambuco, Goiás e Rio Grande do Sul, além de São Paulo. Com a MÉTODOS, Luciano carrega um portfólio de grandes clientes como Volkswagen, Hyunday, Scania, White Martins, Dolly, Braskem, Sika Brasil entre outros. Com olhar visionário para o ramo da mineração, decide em 2013 fundar a MÉTODO Mineração para produção de Barita e Bentonita. Minerais essenciais para prospecção de petróleo, fundição e tintas, onde se tornou o maior produtor de barita do Brasil. Em 2014 em uma reunião conheceu a Dra. Marcia Machado, sua atual esposa e parceira no mundo dos negócios de onde abriu fronteira para internacionalização dos mesmos. Abrindo a MÉTODOS Constrution INC e a escola de inglês Is English nos EUA. Os negócios minerários cresceram e com investimentos em pesquisas a MÉTODOS Mineração iniciou a produção de nióbio em Rondônia, possuindo também uma jazida de grafite na Bahia, onde iniciou pesquisas e desenvolvimento de trabalhos com o grafeno. E após 5 anos, Luciano finalmente possui os primeiros resultados para iniciar sua nova empresa, a NANOGRAPHE, pioneira no Brasil na produção de grafeno em larga escala. Além disso, o empresário também atua como consultor de mineração, ajudando diversos mineradores pelo Brasil. Nas próximas páginas, Luciano Oliveira traz suas vivências no setor de construção, mostra suas visões e opiniões sobre a mineração brasileira e conta sobre seus próximos planos para o futuro. Confira!

The Winners – Como surgiu a criação da MÉTODOS Empreendimentos e quais foram os maiores desafios nessa jornada?

Luciano Oliveira – Recém-chegado da Paraíba e não querendo ser mais um assalariado na indústria de autopeças. Consegui um emprego no hortifruti do Walmart e não satisfeito com trabalho e ganhando pouco, decidi empregar o pouco recurso adquirido e minha experiência na fabricação de cadeiras de balanço. Após um ano vendo que o negócio não era exponencial decidi montar a MÉTODOS Manutenção para prestar serviços as indústrias. O negócio foi fantástico e ali deu origem aos demais investimentos e crescimento do grupo, se tornando uma das maiores empresas de montagens industriais do Brasil.

    

TW – Na sua visão, o que falta no setor de construção?

LO – Falta incentivos fiscais aos fabricantes de equipamentos de construção civil, assim, os pequenos construtores podem ter acesso a equipamentos mais tecnológicos, desenvolvendo cidades melhores e menos poluentes. Falta também flexibilidade nas leis do trabalho para incentivar os empresários a fazerem mais investimentos no setor, além de maior empregabilidade.

TW – Como surgiu sua vontade em trabalhar com mineração?

LO – Empresário precisa ser curioso. Em uma visita a um cliente em uma ilha em Niterói, me deparei com um bag de pó branco. Questionei imediatamente o que seria aquilo e um geólogo me disse que era barita e que servia para produção de petróleo. Perguntei como fazia para entrar neste negócio, ele deu risada e respondeu que era só procurar pela Bahia. Fiquei obcecado pelo assunto e fui na semana seguinte para Bahia, rodando 28 mil km atrás deste minério até encontrar uma jazida, de onde adquiri e ali montei minha usina de beneficiamento.

Luciano na sede da MÉTODOS, em Guarulhos (SP) comandando operações de grande porte

TW – Você já afirmou antes que o grafeno é a próxima economia do planeta. Por que?

LO – Serão 10 USD$ nos próximos 10 anos. Porque a revolução que o grafeno trará na indústria e na vida das pessoas é extremamente relevante. Por exemplo, uma bateria de celular de grafeno durará 100 horas para descarregar, um para-choque de carro será 50 vezes mais resistente e pesará apenas 500 gramas. As pesquisas já mostram essa facilidade.

Luciano e sua esposa, a advogada Márcia Machado

TW – Existe um paradoxo importante em relação à mineração e ao meio ambiente. Embora sejam fundamentais para energias renováveis e eletrificação, a extração de certos minerais e seu uso têm sido associados a emissões de gases de efeito estufa e impactos ambientais adversos há décadas. Na sua opinião, como o Brasil está lidando com isso?

LO – O Brasil é pioneiro no mundo em desenvolvimento tecnológico na área de mineração e com isso, vem o desenvolvimento de equipamentos precisos para evitar o lançamento de particulados na atmosfera (equipamentos filtrantes, entre outros) e processos de circuitos fechados nas indústrias. O controle interno das indústrias para evitar a poluição do ar têm sido a premissa no dia a dia dos engenheiros e geólogos. Eliminação de 100 % do mercúrio nos processos industriais, diminuição significativa no uso de solventes, reuso de água, aplicação de painéis fotovoltaicos e os grandes investimentos que estão chegando no nordeste com o Hidrogênio Verde. Tudo isso trará estabilidade para nosso ecossistema e contribuição efetiva para o planeta.

TW – O Brasil não figura entre os líderes na produção de minerais críticos, mas destaca-se na exploração de nióbio e possui potencial para se sobressair na produção de lítio, níquel, manganês, neodímio e grafite. Diante das licenças ambientais e uma postura política mais conservadora, o Brasil deveria aspirar a um papel relevante na oferta e processamento de minerais críticos?

LO – Somos o único país no mundo a produzir nióbio e temos 95% deste mineral. Atendemos mais de 400 siderúrgicas mundo afora e temos um vasto poderio de terras raras. Com o equipamento mais preciso que existe na mineração, será possível beneficiar minérios sem prejudicar o meio ambiente. Por isso afirmo, devemos nos posicionar e montar plantas de beneficiamento destes minerais aqui agregando valores em nossos minérios e ofertar produtos semiacabados ao exterior.

TW – Vamos falar sobre a burocracia na mineração. Em 2018 você esteve com o então ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni, para tentar reduzir a data de emissão do requerimento minerário. Como funciona esse processo e qual é a dificuldade nessa questão?

LO – A convite do Ex. Deputado Federal Herculano Passos, participei ativamente do Programa Frente Parlamentar da Mineração, apontando as dificuldades que os mineradores têm para adquirir um requerimento minerário, visto que demora 400 dias para emissão do mesmo. Onix Lorenzoni, deu a grande contribuição para o setor reduzindo-o para 120 dias. Com a posse deste documento, pedi o alvará de pesquisa, adentramos nas jazidas e fizemos as pesquisas dos minérios através dos nossos geólogos, enquanto nossos engenheiros planejaram a montagem das usinas de beneficiamento. Ainda temos bastante dificuldade em regiões mais remotas na Bahia e região norte, com falta de pontos de atendimento na ANM (Agência Nacional de Mineração).

Luciano com seu certificador de Honra ao Mérito, recebido no World Company Award (WOCA) em 2019, pelo Global Council of Sustainability & Marketing

TW – Uma de suas grandes causas é a questão dos garimpeiros ilegais nas diversas regiões onde você possui negócio. Você defende a legalização. O que você pensa sobre isso?

LO – Defendo sim a legalização dos garimpeiros. Temos hoje no Brasil 298 mil garimpeiros ilegais, e trata-se de pessoas humildes e trabalhadoras, assim como agricultores e operários da construção civil que trabalham para levarem sustentos para suas casas. Penso na seguinte causa e solução definitiva para resolvermos este problema: o governo daria a cada garimpeiro a isenção nos custos para abrirem um CNPJ e com isso, poderiam explorar, retirar seu minério, operar através de associações e venderem a preço justo para Caixa Econômica Federal, que tem capital e poder de negociação final. Este garimpeiro ainda iria registrar mais um ou dois trabalhadores, além de melhorar a qualidade de vida destes povoados.

TW – O governo Lula estuda mudar o arcabouço legal da mineração para forçar empresas do setor a explorarem, de fato, suas unidades produtivas. O diagnóstico é que há milhares de minas paradas pelo país e que a medida em estudo poderia movimentar um volume de recursos na economia nacional. O que você pensa sobre isso?

LO – Pensamento extremamente relevante por parte do governo e recebido muito bem pelos mineradores, mas um ponto forte é necessário: controlar a enxurrada de material mineral beneficiado vindo a baixo custo da China, impedindo que possamos fazer grandes investimentos neste setor, correndo sérios riscos de não conseguirmos ser competitivos. Os investimentos em plantas de beneficiamento são agressivos e precisamos estar prontos para produzir a longo prazo.

TW – Outro ponto que gerou polêmica dentro da mineração foi a reforma tributária. O setor se articula para reduzir o impacto do chamado “imposto do pecado”, que incidirá sobre itens considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente, incluindo a extração de recursos naturais não renováveis. Pelo texto, a alíquota será de até 1% sobre o valor de mercado do produto extraído. Até que ponto essas medidas são benéficas e prejudiciais à mineração brasileira?

LO – As medidas favorecem os produtores chamados de ‘industriais de boa fé’, que produzem com preocupação e eliminação de materiais cancerígenos e agressivos como o mercúrio, solventes, entre outros casos da agricultura de inseticidas.

David Feffer, diretor-presidente da Suzano e Luciano Oliveira

TW – Como você enxerga o futuro da mineração no Brasil e no mundo?

LO – Produzimos minérios no mundo há 4 mil anos e no Brasil há 520, então não podemos desprezar esta cadeia de crescimento mundial, desenvolvimento e sobrevivência humana por especulações de causas do efeito estufa e afins. Exigências de clientes pelo selo verde dos produtos de mineração farão com que nós mineradores do Brasil e do mundo tenhamos todas as precauções na produção mineral e controle dos rejeitos, que serão transformados em subprodutos e menos efeitos causarão ao meio ambiente. Surgirá em breve o desenvolvimento de moedas minerais digitais e este mercado será tão benéfico ao meio ambiente e a saúde financeira de empresas, que não será necessário produzir alguns minérios. Uma negociação apenas de volume acumulado de sua jazida fará transações criptografadas com rendimentos substanciais para a empresa. 

TW – Recentemente você esteve em Dubai e aprendeu bastante sobre tecnologia, metodologias de concreto, bombeamento, aço, entre outros assuntos, para o lançamento de um aplicativo que está por vir. O que você pode nos contar sobre?

LO – Minhas idas a Dubai e região se deram devido às oportunidades de negócios naquela região com o fornecimento de minha barita. Aprendi bastante sobre aplicação de concreto em elevadas temperaturas com a utilização de gelo, tipos de fundação para grandes edifícios e tratamentos e aplicações de aços. Além disso, atuo em duas fontes de pesquisas para desenvolvimento de dois produtos: uma cápsula voadora para transporte de encomendas rápidas e um aplicativo de sondagem mineral.

TW – Quais são os seus planos e os da MÉTODOS para 2024?

LO – Manter investimentos em equipamentos para grandes montadoras industriais, a expansão da MÉTODOS para outros estados dos EUA, saindo da Flórida. Além disso, quero finalmente concluir a fábrica de refrigerantes em São Bernardo do Campo, em São Paulo, e concluir os estudos finais para montagem de uma fábrica de beneficiamento de minérios em Alexandria, no Egito.

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