Vigno, um projeto de recuperação e sustentabilidade

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A história dos vinhos se confunde com a história da humanidade e, em tempos atuais, é impossível não falar em bons vinhos sem aliá-los à práticas sustentáveis. É um movimento atual, porém com raízes muito antigas, voltadas ao resgate cultural e preservação de ambientes e pessoas. No Chile o projeto ViGno deu notoriedade à Carignan, que tem origem mediterrânea, chegou ao país há séculos pelas mãos dos espanhóis e é muito encontrada em clássicas regiões como Priorat e Chateauneuf-du-Pape.

Nascido em meados de 2009, ViGno tem como objetivo resgatar o valioso património vitivinícola que representa a casta Carignan. A associação não só a valorização desta uva por meio de regras de cultivo e vinificação que produzem melhores versões da mesma, mas também a compra de uvas a um preço justo e preservação de vinhedos antigos, que contam parte da história do vinho chileno. A associação tem como regras básicas para produção dos vinhos: elaboração com 85% de Carignan e envelhecimento por no mínimo 24 meses, seja na garrafa ou em outro recipiente, como madeira, por exemplo. Além disso, as uvas devem ser provenientes de vinhedos com mais de 30 anos plantados em condições secas no Vale do Maule, chamados de secano. O projeto possui reconhecimento internacional, tendo, inclusive, ilustrado matérias relacionadas ao tema na imprensa norte-americana.

Um dos rótulos que compões a marca coletiva ViGno com maior reconhecimento internacional é o Morandé Vigno, um blend de Carignan e Syrah de vinhedos muitos antigos, plantados em vinhedos não irrigados mais próximos a zona litorânea. É um vinho tinto púrpura muito intenso, com aromas pronunciados de cerejas e ameixas pretas, com sutis notas florais de violetas, bem como notas de café e chocolate negro. Em boca é elétrico, com fruta vermelha suculenta que lembra framboesas e cerejas, com notas florais e madeira tostada. Em termos gerais, Vigno é um vinho jovem, tenso, com grande persistência, concentração e taninos que prometem uma longa vida pela frente. Harmoniza perfeitamente com cordeiro assado, carnes vermelhas ensopadas e preparos à base de carne de caça. Um vinho que, além de um deleite aos sentidos, é também um passeio histórico pela história da produção de vinhos e um novo olhar para o futuro.