Seminário reúne empresários, executivos e diplomatas, que falam sobre Brasil e Argentina
O 7º Seminário Internacional de Líderes, que aconteceu no último dia 28 de novembro, em São Paulo, reuniu lideranças empresariais, especialistas em relações internacionais, economia, além de diplomatas. O tema central foi a eleição na Argentina e o objetivo foi trazer à tona, e debater, informações úteis ao Brasil e ao país vizinho, visto que a vitória de Javier Milei, ultradireitista, deixa dúvidas quanto à política que adotará em relação às parcerias comerciais com países como o Brasil, que tem uma liderança de esquerda no governo, além da própria presença ou saída da Argentina do Mercosul. O evento foi promovido pela empresária e jornalista Cecília Luchía Puig e pelo presidente da TV Cultura, José Roberto Maluf. O Seminário foi aberto pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que na ocasião ocupava a cadeira de presidente da República em função de viagem de Lula. Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, disse que os esforços do governo agora são no sentido de unir os povos. “O governo tem atuado com esforços com foco no Mercosul e outros acordos como o Mercosul com a União Europeia. Queremos aproximar os povos e precisamos do apoio de todos para fortalecer a nossa relação”, afirmou Alckmin.
Também participou o cônsulgeral da Argentina em São Paulo, Luis Maria Krecler. Ele disse que o Seminário é uma excelente ferramenta de network que possibilita costuras comerciais futuras. E afirmou que o presidente Milei vai continuar trabalhando para a manutenção do comércio e das relações. “O novo presidente vai continuar fazendo o trabalho para o crescimento do comércio e das relações bilaterais”. Representando a diplomacia brasileira na Argentina, também deu seu depoimento o embaixador do Brasil no país vizinho, Julio Gliternick Bitelli. Para ele, a eleição do ultradireitista não significa que as parcerias serão pautadas na ideologia. “É uma relação que está madura e a questão da ideologia não é um problema. É uma fase. As diferenças sempre existirão, mas temos coisas muito importantes a tratar, como a questão energética, o lítio, o petróleo e a produção agrícola”, disse. Na análise do economista Roberto Luís Troster, “Milei aproveitou o espírito na Argentina e fez uma campanha focada nos pontos fracos do país. Mas as propostas dele não fazem sentido, como a dolarização, por exemplo. A causa da inflação é o déficit fiscal, por exemplo, e se você controla isso, já não tem sentido dolarizar”. Já o presidente da Câmara do Comércio Argentino Brasileiro de São Paulo (CAMARBRA), Frederico Servideo, considerou que o pragmatismo de Milei não pode se concretizar. “As economias são domésticas, o que é uma oportunidade aos países. O presidente eleito tem mostrado pragmatismo, o que preocupa é se isso se concretizar. O que preocupa é encontrar um caminho de estabilidade econômica”. Representando o setor público em São Paulo, esteve presente o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Milton Leite (União Brasil). Empresários e executivos do mercado também marcaram presença e falaram sobre as expectativas com o novo governo argentino. De modo geral é possível afirmar que não há uma crença, ao menos entre todos os mencionados abaixo, de que as relações com a Argentina vão piorar.
Entre os empresários e executivos no Seminário estavam: a presidente do Conselho do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, Agostinho Turbian, presidente do Global Council of Sustainability and Marketing (GCSM), Abel Castro, CFO da Accor nas Américas, Gabriela Müller, CEO do Grupo Brasil, Alex Carreteiro, presidente da PepsiCo Brasil, Cristina Palmaka, presidente da SAP para a América Latina e Caribe, Santiago Chamorro, presidente e diretor executivo da GM Sulamérica, Carlos Morais, managing diretor da Globant, Conrado Estol, neurologista e diretor da Breyna – Brain and Heart Medicine, Patrícia Iglecias, sócia do Wald, Antunes, Vita e Blattner Advogados, Daniel Funes de Rioja, presidente da União Industrial Argentina e Cláudio Silveira Brisolara, gerente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp)